O tempo de uma carreira num clube já acabou.
Vivemos numa era de evolução, de neo-liberalismo, de “empregos que não são para a vida.”
Se os empregos não são para a vida, muito menos um jogador actuar uma vida na mesma equipa.
Por essa razão, em Itália chamam-lhes jogadores bandeira. Mas, exemplos como Totti ou Maldini serão, cada vez, mais raros!
André Almeida tinha, até ontem, uma história similar.
Tendo entrado no Vitória SC com, apenas, quatro anos (quando algumas crianças ainda mal andam, quanto mais equilibrar-se a dominar uma bola) viveria dezassete anos na mesma casa.
Ali cresceria, receberia convites e chamadas às selecções.
Ali faria história, ao tornar-se o mais jovem jogador profissional a entrar em campo.
Ali chegaria ao topo da escala, ao subir à equipa sénior e aí ganhar o estatuto de indispensável.
O jogador bandeira, nado e criado no seu clube do coração.
Porém, os tempos mudaram…
Os clubes têm de cumprir previsões financeiras, apresentar balanços, terem contas sanas…
Os jogadores terão sempre a ambição (legítima) de evoluírem, de ganharem mais, de experimentarem outros palcos…
Assim, e por isso, André Almeida protagonizou uma das transferências do defeso.
Para, segundo ele, testar-se e sair da sua zona de conforto.
Para, também, o clube obter um encaixe financeiro!
São os tempos modernos que não permitem que alguém se torne referência na sua própria casa…