Economia do Golo
O desporto é a nossa paixão e a escrita o nosso vicio. Sempre dispostos a conjugar as duas artes, na certeza de uma junção sempre feliz... ousem descobrir!

Tiremos o Chapéu a …. Carlos Carvalhal

Nesta rubrica destinada a dar destaque a quem o merece, depois de Cândido Costa e do Canal 11, falemos de Carlos Carvalhal… um verdadeiro tratado de conhecer e dar a entender o que é o futebol.

O treinador português vive horas de exaltação no Celta de Vigo, conseguindo vários feitos dignos de aplauso. Na verdade, é o treinador dos últimos treze que orientaram o clube, que obteve melhor média pontual em treze partidas (1,45 por jogo).

Mas, além disso, destaque para o facto de ter conseguido dar espaço a muitos jovens da cantera do clube galego, desde logo com o extraordinário Gabri Veiga à cabeça. Falamos de um médio ofensivo, destinado a ser internacional espanhol e cuja erupção, diz o director da academia do clube, é “ainda maior do que a de Iago Aspas”. Aliás, estará “vocacionado para ser o seu substituto no coração dos adeptos, como o substituto do Aspas”, diz Hugo Mallo, que já cumpriu mais de 300 desafios com a camisola do clube.

Porém, o desafio terá ido mais além dessa aposta. Numa equipa que perdeu várias referências como Brais Mendez para a Real Sociedad ou Dénis Suarez, incompatibilizado com o presidente Carlos Mouriño, para o Espanyol, em que Iago Aspas, apesar dos 11 golos apontados, começa a acusar o inexorável decurso do tempo e em que o argentino Eduardo Coudet foi incapaz de dar-lhe estabilidade aos seus comandos, o trabalho do técnico português não se antevia fácil.

Aliás, começaria com uma derrota caseira frente ao Osasuna por duas bolas a uma. Lentamente, a equipa de Vigo começaria a pontuar, não obstante alguns problemas como a grave lesão do guardião Marchesin, que obrigou a contratar de urgência o brasileiro Diego Alves ao Flamengo. Assim, nos últimos dez jogos, a equipa venceu cinco partidas e perdeu, apenas, duas, escalando diversos lugares na tabela, confirmando o bom trabalho da equipa técnica portuguesa.

Um justo reconhecimento do trabalho de um homem que sempre foi um apaixonado pelo jogo. Mas, também, capaz de levantar uma pertinente questão. Não existiria lugar para ele trabalhar em Portugal, obrigando-o a partir para a Arábia Saudita, para, por fim, chegar a Espanha? Será que o trabalho que desenvolveu no Rio Ave e no SC Braga, onde venceu uma Taça de Portugal, não mereciam um desafio mais ousado?