Entravámos no início da década de 2000 quando um tal de Roger Federer começa a aparecer no circuito ATP; Pete Sampras com 14 Grand Slams estava a entrar na reta final da sua carreira, assim como Andre Agassi. Durante anos todos julgamos ser impossível alguém bater o recorde de Sampras.
Ao longo da minha ainda curta vida vi Roger Federer a jogar com uma graciosidade e uma fluidez de movimento dentro dos courts como só alguém que foi abençoado com um dom poderia jogar.
Não escondo que sou uma fã incondicional de Rafael Nadal, mas penso que ninguém é indiferente a Roger Federer e ao seu legado. Ele redefiniu a grandeza do ténis com o seu espírito de campeão e com a sua maneira de jogar, cativou o público e as gerações mais novas durante estas últimas décadas, inspirando jovens por todo o mundo a pegar numa raquete.
Foi preciso chegarmos ao verão de 2009, em Wimbledon, para vermos o suíço bater Andy Roddick e ganhar o seu 15.º major da carreira. Mas ele nunca parou de nos surpreender, continuando a jogar ao mais alto nível, a ganhar Masters 1000, ATP Finals e Grand Slams. No final foram 310 semanas como número 1 do mundo, 1526 jogos, 1251 vitórias, 103 títulos ATP e 20 Grand Slams.
Há muito que se fala que o jogador suíço é o “GOAT – Greatest Of All Times” (melhor jogador de todos os tempos) da modalidade. Nos últimos dias, e após o anúncio do fim da sua carreira, ainda se tem falado mais neste tema. Para muitos Federer é “the GOAT”, até porque foi o primeiro a fazer feitos inolvidáveis na modalidade, mas essa questão manter-se-á no ar, pois, como é sabido, em títulos de Grand Slams, Federer já foi ultrapassado no presente ano por Rafael Nadal e Novak Djokovic.
Chegados aqui, aproximamo-nos do fim de uma era marcada sobretudo pelos “Big Three” – Federer, Nadal e Djokovic. Federer é o primeiro a retirar-se, tudo indica que Nadal seja o próximo e Djokovic, “abençoado” com menos lesões, seja o último. Acredito que Federer se tornou o jogador que é hoje, em parte, pela motivação que os seus adversários lhe proporcionaram dentro e fora dos courts ao longo dos anos. Oh, como farão falta as batalhas épicas com Nadal e Djokovic, como aquelas de Wimbledon 2008 e 2019!
Hoje sinto-me uma afortunada por me ter sido permitido ver a evolução e as conquistas de um tenista que mudou, reinventou e elevou a modalidade a um nível estratosférico.
Por tudo isto obrigada Roger!!