A carreira de Mário Balotelli faz-nos reflectir.
De menino prodígio no Inter, a herói problemático em tantos clubes.
Sempre com mais uma possibilidade, uma chance. A esperança que “desta fosse de vez.”
Nunca o seria. Mesmo que o próximo tivesse perguntado, por várias vezes, “Why Always Me?”
Porém, seria por ele ser excêntrico, rebelde e incapaz de confirmar todo o seu enorme potencial que fariam dele um alvo predilecto de notícias.
Teria o seu raio de glória no Campeonato da Europa de 2012. Quando, após marcar dois golos à Alemanha, nas meias finais da prova, tiraria a camisola e mostraria todos os seus músculos, numa postura de super-herói. Um super-herói terreno, com tentações e que, por essa razão, jamais daria o salto para o Olimpo das grandes estrelas!
Pelo contrário, entraria numa espiral descendente, que o fariam recentemente alinhar em clubes como o Bréscia, despromovido na Série A, Monza na Série B italiana e Adana Demirspor na Turquia. Aqui, orientado pelo seu compatriota Montella, mostraria as suas duas faces: a do talento e a da incapacidade de respeitar normas e hierarquias. Assim, se marcou 19 golos na temporada passada, sendo cogitado o seu regresso à selecção italiana, onde Mancini até pensou dele fazer capitão, no derradeiro jogo desta discutiu de modo aceso com o seu técnico, num remake do que foi a sua carreira.
Teria de partir! O Sion, actual sexto classificado da Liga da Suíça, será o seu próximo destino. Um destino errante para quem aos 32 anos deveria estar, ainda, no apogeu da sua história. O clube, esse, anunciou-o com pompa e circunstância, garantindo que os adeptos não estavam a sonhar. Certamente, quem jamais sonhou jogar na Suíça foi o, outrora, Super Mário…
Somos o que fazemos e o que escolhemos!