As similitudes das seleções são cada vez mais notórias, arriscando quase a igualdade entre elas.
No passado, nomeadamente nos Campeonatos do Mundo, muito se falava de “as equipas africanas são mais físicas”, ou “as seleções asiáticas só correm”, ou um ou outro traço que identificávamos como particular nesse determinado continente, ou país.
Ainda ouço um pouco, destas supostas diferenças, das quais permito-me discordar!
Em 2016, quando iniciei a minha aventura em terras asiáticas, deparei-me com a globalização, fenómeno que nos torna menos diferentes, mais iguais.
Nomeadamente no futebol, observei em certos momentos, treinos em tudo iguais aos europeus, preocupações táticas e estratégicas, planeamentos pormenorizados, que outrora eram propriedade quase que exclusiva do futebol europeu, o tal futebol mais organizado e evoluído.
Algo que constatamos no presente torneio do Qatar, prende-se com esta constatação, um futebol global, igual, sem a tal especificidade em défice, de outros tempos.
Confrontámo-nos com um equilíbrio nunca visto, com 16 seleções que seguem em frente da fase de grupos, nas quais metade são europeias, três asiáticas, outras tantas da América, e duas Africanas.
Apelidamos de “surpresas”, a forma organizada e evoluída como praticamente todas as equipas jogam, parecendo surpresa a vitória do Japão sobre a Alemanha e Espanha, da Coreia do Sul sobre Portugal, da Arábia Saudita perante a Argentina, entre outras.
Surpresas que só o continuarão a ser, se negarmos este fenómeno, o da Internet, no qual um exercício criado neste segundo, passado um minuto está a ser recriado a milhares de quilómetros.
Bem-vindos ao futebol global!