O Moreirense acaba de regressar à Primeira Liga, fruto do triunfo frente ao Estrela, na Reboleira, por quatro bolas a duas.
Um êxito de uma equipa melhor que algumas a competir no escalão principal, de um treinador que terá feito o maior trabalho da sua carreira, mas, acima de tudo, do presidente Vítor Magalhães.
O futebol para o líder máximo dos Cónegos será a metáfora de uma vida. Com pontos altos, com percalços, mas sempre procurando fazer mais e melhor, contralançado os momentos de dificuldade com alegrias, as tempestades com a bonança.
Foi com Vítor Magalhães que o Moreirense saiu do terceiro escalão do futebol português para chegar ao principal escalão português, pela mão de Manuel Machado. Aí, afirmar-se-ia a ponto do presidente do clube tornar-se líder máximo do Vitória SC, o máximo clube do concelho, onde experimentaria, novamente, a metáfora da vida. Do entusiasmo dos sócios e de um apuramento europeu que não sucedia há cinco anos, seguindo-se, talvez, a maior das desilusões da sua carreira desportiva: ser o presidente de um clube que se mantinha no principal escalão do futebol nacional há 48 anos e que nessa temporada de 2005/06 caiu no segundo escalão.
Abandonaria o Vitória e, por algum tempo, o futebol. Haveria de regressar ao Moreirense, para voltar a catapultá-lo para a divisão cimeira, onde terá tido a maior das suas alegrias. Em 2017, o clube batia o SC Braga, na final da Taça da Liga, graças a um golo de Cauê, para na época de 2018/19 o Moreirense fazer, sob o comando de Ivo Vieira, a melhor temporada da sua história. O clube acabava no sexto posto da tabela e só não foi às competições europeias por ter optado não inscrever-se.
Porém, a vida não será feita só de coisas boas. Na última temporada, de modo algo surpreendente, o Moreirense seria despromovido. Algumas más escolhas, alguma impaciência e alguns momentos infelizes ditaram a queda. Porém, mais uma vez a dita metáfora far-se-ia sentir. Depois de um rombo, urge erguermos a cabeça e irmos em frente, não nos deixarmos abater.
Este Moreirense tem sido a vida de Vítor Magalhães, mas, simultaneamente, um retrato da vida de cada um de nós, onde a humildade (Moreira de Cónegos será, outra vez, a localidade mais pequena a disputar o principal escalão do futebol português) e a capacidade de não se deixar abater serão sempre armas a ter em conta!