O futebol português continua a ser pródigo em situações inesperadas…
Jogava-se a partida entre o Real e o Vitória FC, a contar para a Liga 3 da última época.
Depois de disputada a partida, saber-se-ia que os sadinos seriam condenados a dois jogos à porta fechada, pelo facto dos seus adeptos terem proferido cânticos ofensivos contra o juiz da partida.
Indignar-se-iam os responsáveis do clube de Setúbal, apresentando todos os recursos possíveis para rebater um castigo que será cumprido nas jornadas 11 e 12 do presente campeonato. Sem qualquer hipótese: o descontentamento, via insulto, com o trabalho do juiz iria custar um castigo pesado para o clube.
Porém, o clube, apesar de reconhecer alguns excessos, em comunicado afirmaria que “reconhecemos que essa não é uma postura correta, pelo que trabalhamos e apelamos diariamente, a comportamentos que dignifiquem o nosso Clube e o Futebol, considerando-o um espetáculo onde todos os seus intervenientes devem ser respeitados e onde procuramos ser um exemplo a seguir, porém, não podemos deixar de nos insurgir contra esta decisão, não só pela impossibilidade de ter recursos e mecanismos de controlo sobre atos avulsos de simpatizantes, adeptos, sócios (um polícia por espetador?), mas acima de tudo porque em tantos recintos desportivos de Portugal são infelizmente vividos incidentes de maior gravidade sem qualquer sanção. “
Porquê, então, o Vitória?
Pune-se com base em que critérios e em nome da coerência de que justiça desportiva?
Nada valeria ao clube, mesmo produzindo prova no recurso que nem o próprio árbitro ouviu os insultos que lhe eram dirigidos. Que não foram ouvidos na televisão. Que ninguém no estádio, à excepção do delegado os percebeu.
Seria condenado com base na sua palavra!
Futebol português!