O Paços de Ferreira será dos clubes mais estruturados do país.
Sem entrar em loucuras, tem sempre sabido crescer. Com a venda de Diogo Jota, por exemplo, ao invés de reforçar a equipa, construiu uma bancada. Com Paulo Fonseca surpreendeu meio mundo ao conquistar um extraordinário terceiro lugar e ouvir o hino da Liga Milionária numa história pré-eliminatória frente ao Zenit.
Porém, o clube do Castor, pese embora essa capacidade de projectar os passos seguintes, de dar palco a jovens treinadores como o já referido Paulo Fonseca, mas também Pepa, parece, por vezes, enredar-se na ânsia de fazer bem pela diferença.
Diferença essa que passa por querer ver mais além. Por querer não ter medo em arriscar, sendo que esse terá sido o grande mal de uma temporada em que tudo que se escreveu até agora… aconteceu ao contrário.
César Peixoto, no ano transacto, houvera chegado a meio da temporada, após o susto inicial com Jorge Simão. Com uma equipa com qualidade, os pacenses conseguiram estabilizar-se a ponto de findarem o campeonato mais próximos de lugares europeus do que da descida.
Porém, se o início da ano passado foi de aviso, este ano, a parcimónia como eram tomadas as decisões desportivas foi substituída por uma ousadia que se antevia que tinha tudo para correr mal. Na verdade, demasiadas alterações na equipa tê-la-ão deixado descaracterizada e com dificuldades em encontrar-se.
Aliado ao erro na construção da equipa, sucederam-se os erros primários dentro do campo, onde momentos infelizes, como o de Luiz Carlos perante o Sporting, terão minado o caminho.
Pior do que isso, a postura titubeante da direcção que, depois de despedir o treinador César Peixoto, apostou num homem da casa que foi um verdadeiro erro de casting chamado José Mota. Duraria pouco… voltando o treinador anterior, numa decisão tomada pela força do balneário. A equipa melhoraria, mas os erros, já citados, e que nunca a abandonaram, ajudaram a ditar-lhe a sorte.
Agora, como já assumido, é tempo de pensar no regresso…