Será uma das polémicas do momento. Ainda que pouco tendo a ver com futebol jogado, far-nos-á reflectir sobre o mediatismo e magnetismo que um jogador de futebol terá.
Confesso que, desde sempre, vi com estranheza a relação entre Éder, o homem do golo mais feliz da história do futebol português, e a sua mental coach, Susana Torres. Não, porque não fosse normal qualquer jogador de futebol ser acompanhado por quem o faz sentir-se mais confortável, mais feliz nas funções que desempenha. Como em qualquer outra profissão, tendo possibilidades para isso, diga-se.
Mas, verdade seja dita… nunca em tempo algum, nem jogadores que passaram por profundos períodos de depressão e de descrença nas suas capacidades, bem mais do que o longilíneo avançado luso-guineense, nem os que chegaram ao topo da modalidade, fizeram gala de publicitar ou apresentar ao mundo quem os apoiou de forma tão vincada. Aliás, em 2016, se todos os heróis lusitanos tinham próximos de si psicólogos, ou o anglicismo usado de mental coach, apenas a de Éder pôde tirar fotografias com a taça como se fosse o 24º elemento de uma equipa de sucesso.
Aliás, nenhum deles escreveu livros, nem reclamou o êxito de um momento de felicidade para dez milhões. Até que parece ser simples, seguindo o velho brocardo: os dirigentes dirigem, os jogadores jogam, os treinadores treinam…como os médicos curam, os advogados demandam, ou construtores constroem!
Façamos o exercício do modo contrário… se Éder tivesse falhado uma oportunidade decisiva no último minuto e Portugal perdesse o jogo, seria que assistiríamos a este folhetim? Saberíamos quem o ajudou? Existiriam livros escritos a comprovar o êxito do trabalho?
Aquele triunfo foi de quem correu em campo… de quem rematou para a baliza de Lloris… verdade que para tal surgir, foi necessária uma estrutura forte a suportar isso. Mas será que, mesmo com todo o apoio que dela adveio, se não houvesse talento e capacidade em quem estava em campo, tal teria sucedido?