Economia do Golo
O desporto é a nossa paixão e a escrita o nosso vicio. Sempre dispostos a conjugar as duas artes, na certeza de uma junção sempre feliz... ousem descobrir!

O Autogolo do Mundial…

Portugal parece viver em autogolos constantes!

Depois do capitão da selecção ter virado os holofotes para si, chegando ao ponto de nas conferências de imprensa não se discutir a equipa, as expectativas da equipa e dos atletas para só se discutir “Ronaldologia” (a ciência, ainda que empírica, que estuda Cristiano Ronaldo), Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente desta República à beira mar plantada, quis partilhar os holofotes da imbecilidade que têm sido os últimos dias da equipa das Quinas.

Na verdade, do actual presidente do país já tudo se espera. A ambição desmedida de aparecer, os afectos forçados misturados com selfies de ocasião, Marcelo tirou toda e qualquer sobriedade ao cargo político supremo do país que acumula com o líder máximo das Forças Armadas do País.

Ora, tais funções obrigam-no a pensar como estadista e não como banal adepto de sofá ou de cafe. Quando disse que “O Qatar não respeita os direitos humanos. Toda a construção dos estádios e tal, mas, enfim, esqueçamos isto. É criticável, mas concentremo-nos na equipa. Começámos muito bem e terminámos em cheio”, estava a despir as funções para as quais foi eleito: um guardião da democracia e dos valores mais altos da dignidade humana, não se coibindo de os denunciar, repudiar e os combater.

Porém, Marcelo, sempre dado a polémica fez o contrário. Depois de achar que 400 casos de abuso sexual na igreja não são muitos, minimiza os direitos mais sagrados na escala destes em detrimento da equipa.

Uma verdadeira aberração a merecer repúdio de governantes de países como a Dinamarca, os Países Baixos que manifestaram a sua indignação.

Entre uma selfie ou outra, até com os adeptos portugueses que foram descobertos no Qatar ( estamos a brincar, certamente nem saberão quem ele é), alegremente estará no país do Golfo a apoiar as Quinas… não fosse ele um viajante nato e os seus autogolos terem sempre raras ou nenhumas consequências!