Manuel Cajuda é um homem de sentimentos…
De coração ao pé da boca, tantas vezes ao longo da vida, deixou-se levar pelos sentimentos, pelo desejo de mostrar os afectos ou a revolta. Terá sido, por isso, que não terá ido mais além na sua carreira, que ainda assim conheceu o seu apogeu ao serviço do Vitória SC (que apurou para a Liga dos Campeões) ou do SC Braga (que fez regressar às competições europeias),
Contudo, o tempo passa e em Portugal, para os treinadores, a data de nascimento no Cartão do Cidadão parece significar uma cruel certidão de óbito, independentemente de reciclarem os seus conhecimentos, de continuarem a querer aprender e a evoluir.
Aos 71 anos, o técnico algarvio não encontrou clube para treinar. Aliás, tal sucede, desde a época de 2019/20, temporada em que orientou o Leixões.
Mas, quem sempre gostou de trabalhar, encontrará novas ocupações. A de Cajuda, chamar-se-á Olhanense, o clube da sua terra natal, a viver uma grave crise económica e desportiva, atento ter descido, pela primeira vez na sua história, aos distritais algarvios.
Por ser o homem de sentimentos que já referimos, foi incapaz de dizer que não a um desafio que nunca experimentou: tornar-se presidente da direcção do clube do seu coração, depois de um sufrágio a que só ele se apresentou. Como primeiro objectivo, fazer com que Olhão, que ainda há uma dezena de anos tinha uma equipa no principal escalão do futebol nacional, não deixe de ter futebol sénior.
Tratar-se-á de um desafio melindroso, mas quantos mares bravios, já Cajuda, dobrou?