A Liga de Clubes anunciou um conjunto de medidas tendentes a que as famílias preencham as bancadas dos estádios.
Entre estas, estão a intervenção mais efectiva e uniforme das forças de segurança na revista dos adeptos, garantindo um modelo de gestão e controlo de acessos nominativo, que permita ao organizador ter acesso, em tempo real, ao controlo global de acessos em cada estádio, uma intervenção mais eficaz no interior dos recintos sobretudo nas bancadas, em situações de desordem e, ainda, um maior controlo dos adeptos que estejam impedidos de entrar em recintos desportivos, obrigando à sua apresentação e permanência junto de uma autoridade judiciária ou órgão de polícia criminal, à hora dos eventos.
Ora, ficamos surpreendidos por este pacote de medidas ter sido apresentado como algo que fará com que as famílias resolvam assistir a partidas de futebol num estádio.
Na verdade, ousamos dizer tratar-se de algo surpreendente, dotado de um forte populismo e quase reconhecendo que as pessoas que, agora, vão ao futebol serão perigosos foras da lei, que afastaram os demais apaixonados das bancadas.
Entretanto, continuam os jogos a serem marcados a dias de semana, a horas impróprias… o ruído, após uma derrota por parte dos dirigentes, continua a ser insuportável… as arbitragens e o vídeo-árbitro são de fraquíssima qualidade, o que é comprovado pela inexistência de juizes nas máximas provas de selecções… em dia de futebol, em qualquer cidade, inexistem actividades tendentes à promoção do jogo, do campeonato… foi alterada uma Taça da Liga destinada a dar palco, apenas, aos quatro primeiros classificados da Primeira Liga… os ingressos para os desafios, muitas das vezes, são a preço proibitivo, para lugares com parcas condições e, algumas das vezes, com uma rede a separar os fãs do recinto! E quanto a isto, não ouvimos nem uma palavra.
E, procura-se chamar a família aos estádios, reforçando as prerrogativas de um estado-polícia, assumindo que os adeptos precisam de ser reprimidos e isso será a panaceia para as famílias não irem ao futebol? É que nem para inglês ver…