Economia do Golo
O desporto é a nossa paixão e a escrita o nosso vicio. Sempre dispostos a conjugar as duas artes, na certeza de uma junção sempre feliz... ousem descobrir!

Honra ao Chaves…

Será um fenómeno bem português.

A incapacidade de dar mérito a quem o merece.

Na verdade, fruto do servilismo dos órgãos de comunicação social escrita e falada, durante esta semana, pouco ouvimos falar do feito do Chaves, capaz de ajoelhar o candidato ao título Benfica.

Buscam-se erros de arbitragem à lupa…

Buscam-se culpas no adversário, teoricamente mais forte, no seu treinador ou nos seus jogadores. Porém, quando esses clubes mais fortes, batem a Juventus, o Paris Saint-Germain, o Atlético Madrid ou o Arsenal foram extraordinários, capazes de um grande feito, não existindo a honestidade de também aquilatar os pontos fracos destes.

É verdade, em Portugal, alguém que surja de camisa lavada, não sendo hábito, não é merecedor dessa alvura. O aristocrata é que foi prejudicado, é que foi infeliz e a desculpa dos orçamentos, usada vezes sem conta nos desafios internacionais, mas, ardilosamente e habilmente, esquecida nos embates nacionais. Aliás, chega-se a lamentar a falta de um ou outro jogador nessa equipa, nem sequer mencionando as ausências do adversário.

Por isso, desde Sábado, pouco ouvimos falar do golo de Abass, para realçar o erro de Otamendi. Ninguém se apressou a dar mérito a Vítor Campelos, para desancar em Schmidt, esse vilão incapaz de colocar em alegria seis milhões.

Assim, vai o futebol português…com os heróis a serem seleccionados. Se forem de determinadas equipas terão direito a estátua. Caso contrário, permanecerão anónimos…a bem de evitar distracções desnecessárias à nação formatada!

Por isso, escrevemos…HONRA AO CHAVES! E, agora, venham daí os insultos de quem não sabe ler e gosta deste futebolzinho e dos seus actores, sempre dispostos a lamber as botas aos de sempre!