Apresentamos na fotografia que ilustra as presentes linhas o Campo da Mata nas Caldas da Rainha.
O recinto do Caldas, clube da Liga 3, que quando o sorteio da Taça de Portugal foi conhecido esfregou as mãos, pois iria jogar contra o Benfica.
Tratava-se de um desafio que iria causar enorme alegria e excitação entre os apaniguados do clube que, depois da aventura até às meias finais da prova rainha do futebol português em 2018, iria voltar a saltar para os destaques noticiosos.
Porém, um balde de água fria parece estar prestes a ser derramado sobre as cabeças de todos que auguravam um momento inesquecível na cidade. Na verdade, após a primeira inspecção ao estádio realizada pela Polícia de Segurança Pública, foram detectados diversos obstáculos à realização da partida no local. Assim, para a autoridade o facto de existirem várias pedras no caminho conducente ao estádio, a insuficiente iluminação dessas ruas e a falta de uma Zona Especial para Adeptos parecem tornar o sonho caldense impossível de realizar.
Pouco importará se o clube gastou uma verba significativa na renovação do relvado (já tendo em vista este desafio), se em 2018 o mesmo estádio recebeu a meia final da prova, perante o Desportivo das Aves.
Na verdade, ao que parece, e ao contrário do que sucede em outros países, como a Inglaterra, a festa mais democrática do futebol só o é até determinado ponto. Somos bombardeados na prova que desembocará no Jamor com inúmeras alterações de local de jogo, ainda que um dos intervenientes seja, invariavelmente, um dos três mais titulados. Um tratamento de favor por parte das autoridades desportivas, e, simultaneamente, por parte das autoridades, que em vez de sanarem os problemas quando eles ocorrem, procuram, simplesmente, que não existam, enviando certos eventos para outras paragens.
É esta a festa do futebol?