A entrevista que Cristiano Ronaldo deu vai na sequência do que tem sido a época do português. Uma verdadeira desilusão, pejada de erros estratégicos que em nada o favorecem.
Na verdade, o capitão da selecção portuguesa, apesar do erro das declarações, terá sopesado o que fez. Falamos, relativamente, ao momento, quando se apresta para deixar Manchester para disputar o quinto mundial da sua carreira e quando a janela de transferências está prestes a abrir. E tal, apesar das motivações aduzidas, desemboca no objectivo que persegue desde o início da temporada, que passa por abandonar Old Trafford.
Para isso invoca milhentas razões. Queixa-se de traições do clube (que desde a sua primeira passagem o tratou como um ídolo), da falta de respeito do treinador (que se não fosse Cristiano quem é, já tinha imposto a instauração de um processo disciplina ao jogador), até à falta de evolução do clube (como se Cristiano não vivesse neste mundo e não soubesse o declínio da equipa).
Para além desses erros, terá caído no maior de todos. Na soberba de achar-se superior ao próprio clube. Verdade, que como já dissemos, o United não vive horas felizes. Apenas, Mourinho, durante algum tempo, conseguiu resgatar os êxitos ao emblema inglês. Contudo, e aí Ronaldo terá razão, os responsáveis da equipa não terão acompanhado o desejo de evolução preconizado por Mourinho. Deixaram-se acomodar na ilusão que a conquista da Liga Europa seria o dínamo necessário para o retorno do êxito. Obviamente, que estavam errados! Porém, nenhum jogador será superior ao clube. Nem no topo da carreira, nem aos 37 anos quando a maioria dos treinadores e dos clubes olham para ele como alguém cuja influência no balneário retira mais do que já é capaz de dar dentro do campo.
Cristiano será sempre um dos maiores jogadores da história. Terá, indiscutivelmente, o seu lugar no panteão sagrado dos futebolistas ao lado de Pelé, Maradona, Messi ou Cruyff. Porém, nos últimos tempos tem vivido mais de autogolos do que do êxito. O que pensará o seu guru e grande responsável, segundo ele, do seu regresso a Manchester, Alex Ferguson? Desiludido por uma novela que se arrasta desde Outubro? E o que achará do momento escolhido para metralhar a estrutura? Provavelmente, para não ter de acarretar com as consequências das suas palavras e não sentir os efeitos do contraditório?
O número 7 é grande…foi e, ainda, é enorme com a bola nos pés. Pena é que fora do campo esteja a insistir em inesperados e indesejados autogolos!