É certo…
Portugal perderá uma equipa na Liga dos Campeões na temporada de 2024/25. Com efeito, a ultrapassagem operada pelos Países Baixos no ranking das competições europeias da UEFA é conducente a um facto que ninguém desejava mas que poucos fizeram por evitar.
Na verdade, apesar de alguns, fundamentadamente, acharem tal ocorrência conjectural, dependendo de um exercício melhor ou pior, leia-se campanha mais ou menos inspirada num determinado ano, a verdade é que o futebol português sofreu um retrocesso indesejado.
As razões são multivariadas e perpassam o visível aos olhos; ou seja, os resultados obtidos. Com efeito, para a falta de competitividade das equipas portuguesas, a justificação não passará, apenas, por em alguns países existirem mais meios financeiros. Meios financeiros esses, que, porém, são facultados por meios de distribuição de direitos televisivos e de patrocínio justo e equitativos, capazes de pugnarem pela evolução de todas as equipas.
Além disso, são vários os países que assumem as boas campanhas europeias como desígnio nacional. Adiam-se jogos das competições domésticas em todas as ligas que assim se importam, mesmo nas fases embrionárias destas. Procura-se que, mesmo os clubes com parcas ambições de chegarem longe nestas provas, possam ter o melhor desempenho possível, garantindo preciosos pontos.
Além disso, existirá algo chamado solidariedade, que não acontece em Portugal. Alguém poderá esquecer o que sucedeu nos Países Baixos quando os clubes participantes nas competições europeias distribuíram uma parte do que auferiram nas provas europeias pelo demais contendores do campeonato? Aqui, vivemos numa selva em que mais do que o bem comum, importa o bem individual.
Ao invés, em Portugal, continua-se a pensar no próprio umbigo… a assobiar para o ar, pensando egoísticamente nos interesses individuais. Ainda que Pedro Proença diga que pretende ajudar os clubes nacionais, nem que não fosse o presidente da Liga de Clubes, a verdade é que, apenas, acordou para essa necessidade na fase mais tardia das provas uefeiras. Alguém se lembra se o Gil Vicente ou o Vitória SC tiveram os seus jogos adiados nas pré-eliminatórias da Liga das Conferências para poderem-se preparar devidamente para os seus embates? Na verdade, fala-se na necessidade de termos um quinto clube (assumindo como um dado adquirido a competitividade do SC Braga) a pontuar de forma regular nestas provas, mas pouco ou nada se faz para que tal ocorra.
Por isso, não é de estranhar o sucedido… urge mudar de mentalidades o quanto antes!