Dos erros da selecção nacional no Qatar já muito se falou.
Das tricas (muitas delas) provocadas por uma imprensa sanguinária também.
Da incapacidade de Fernando Santos ter tornado um grupo de extraordinários jogadores numa bela equipa também.
Mas, teremos de ser honestos. A Federação Portuguesa de Futebol durante estes anos tem sido culpada de olharmos para a Equipa de Todos Nós, como cada vez menos nossa… e de forma menos sentimental.
Na verdade, não se entenderá que, após tanto burburinho em torno de uma prestação que poderia ser mais feliz da Quinas no Qatar, a Federação Portuguesa de Futebol tenha optado por dotar de um sublime elitismo a fase de apuramento para o Campeonato Europeu 2024. Com efeito, os cinco jogos desta fase serão disputados do seguinte modo: o primeiro e o último em Alvalade, outro no Dragão, outro na Luz e outro no Algarve…a 11 de Setembro, por óbvios interesses turísticos e para agradar aos veraneantes, ainda, aí, presentes.
Com efeito, o dizer-se que todos os portugueses deverão estar com a selecção será pura demagogia! Uma falácia destinada a criar ilusão para na hora da verdade se colocarem bandeiras na janela.
Assim, atendendo à estirpe, ou falta delas, dos adversários não seria melhor colocar estas partidas em estádios mais pequenos, onde os adeptos locais sentissem o que realmente significa a selecção? Num país a duas velocidades não deveria a FPF pugnar pela descentralização e levar a equipa a actuar em outros locais? Num país em que se pretende que diversos emblemas se aproximem dos mais titulados, não seria melhor colocar estas partidas em estádios como Guimarães, Chaves, Braga ou Coimbra?
Efectivamente, cada vez mais apetece questionar se esta é mesmo a equipa de todos nós, assim escrita com letra pequena. Ou, só se apela ao sentimento nacional em altura de grandes competições nacionais…e, apenas, para colocar bandeiras na janela!