Foi notícia de há dias. A Ucrânia ir-se-á juntar à candidatura ibérica na luta pela obtenção do direito a organizar o Campeonato Mundial 2030.
Porém, apesar da jogada estratégica que poderá tornar o desejo em vencer mais concreto e palpável, a verdade é que a entrada de Portugal nesta aventura é simples demagogia, para não lhe chamar hipocrisia!
Na verdade, ainda antes dos ucranianos (que ninguém sabe como estarão em 2030 a nível de infra-estruturas e até se será seguro aí desenrolarem-se jogos) entrarem nesta aventura, já sabíamos que só três estádios portugueses seriam integrados no projecto. Nada de surpreendente, que os seleccionados fossem o da Luz, o de Alvalade e o do Dragão.
Tal leva-nos a questionar se o futebol português atingiu um nível de equidade tão excelso, que se pode dar ao luxo de continuar a apostar na reformulação, remodelação e restyling dos estádios dos três emblemas mais titulados do país, olvidando os demais?
Na verdade, vende-se a ideia da necessidade do desenvolvimento do futebol ser integrado. Insiste-se que muitos clubes participantes na I Liga não têm condições dignas para receberem adeptos e adversários. Muitos clubes de escalões inferiores, fruto da pandemia e da pioria das condições financeiras, debatem-se com problemas como nunca viveram. Os adeptos em 95% dos recintos estão afastados das bancadas. Os direitos televisivos são distribuídos de forma injusta, permitindo que os mais fortes se tornem ainda mais fortes.
Porém, não obstante isso, e a crise económica (e não só a nível do futebol!) que se vai abatendo no país, Portugal apronta-se a abraçar um projecto que só trará benefícios a duas cidades, quase como parceiro de um dançarino que não pode ir a jogo sozinho.
Na candidatura da hipocrisa e que nada de bom trará ao futebol português, não contem connosco…