A Sampdoria, histórico clube italiano que teve o seu apogeu na década de 90 do século passado, quando venceu a Série A do seu país bem como chegou à final da Liga dos Campeões, vive horas agónicas.
Na verdade, o clube de Génova vive uma verdadeira corrida contra o tempo. É que tem de, por um lado, encontrar 10,5 milhões de euros para pagar, até à próxima Quinta-feira, os salários dos últimos três meses dos jogadores e do pessoal para 2022, e por outro, em concluir um acordo com todos os atletas para poder adiar o pagamento dos salários, pois é muito provável que este dinheiro não chegue a tempo.
Segundo a edição de hoje do jornal Il Secolo XIX, os bancos adiantaram fundos ao clube , mas apenas para os créditos já acumulados, tal como o dinheiro que chegará após 16 de Fevereiro da compra do jogador Colley pela Besiktas e que o clube turco pagará no final da época.
Após uma série de contas e cálculos, apenas um em cada três pagamentos mensais será deixado de fora. O clube pediu, ainda, para poder pagar mais tarde aos seus jogadores, esperando que em caso de manutenção no principal escalão do futebol transalpino, possa obter um bónus de participação que o ajdue.
Obviamente, estas operações deverão ser realizadas dentro dos limites das regras que permitem acordos deste tipo, desde que sejam registados na liga italiana com todas as cláusulas e condições presentes. Para a Sampdoria, esta é a única forma de evitar incorrer na penalização de dois pontos que recai sobre o clube que não paga salários e contribuições dentro dos prazos.
Ora, uma vez que não se trata de um acordo colectivo, o clube está a negociar com todos os jogadores individualmente, com os representantes da equipa a serem Quagliarella, Audero, Gabbiadini, Rincon e Ravaglia. Estes jogadores estão a actuar como intermediários entre as partes, sensibilizando os seus companheiros a aceitarem um acordo. Todavia a palavra dos jogadores não será suficiente, uma vez que os contratos são da responsabilidade dos seus advogados e dos agentes que os negociaram. Outro obstáculo passará pelas variáveis dos acordos que, em alguns casos, ainda não terão ocorrido a partir de 16 de Fevereiro, mas poderão estar presentes quando a Sampdoria pagar a prestação mensal que permanece em atraso.
O clube está a trabalhar para fechar o círculo dentro do prazo, depois concentrar-se-á nas outras questões: a prestação mensal para liquidar a grande dívida fiscal que paira sobre a cabeça do clube, a prestação de Maio pela qual os três primeiros salários de 2023 terão de ser pagos. Para esta, não há penalização na tabela da liga em caso de não pagamento, mas está em jogo a próxima entrada no campeonato, seja na Série A ou B.
Vida difícil para um histórico…