Poderá ter sido um rude golpe nas pretensões dos clubes que pretendiam criar uma Superliga europeia.
Assim, o advogado-geral da UE, o grego Athanasios Rantos, emitiu o seu parecer sobre o imbróglio da Superliga. Apesar de se tratar de um acto não vinculativo destinado a instruir o processo, refere que embora a Superliga seja livre de criar a sua própria competição, os clubes que nela intervierem não poderão continuar nas competições da FIFA e da UEFA sem autorização prévia. Acrescente-se, também, que emitiu a sua opinião em que FIFA e a UEFA não abusaram da sua posição dominante nas competições de futebol europeias ao bloquearem com a ameaça de sanções a criação de um torneio alternativo que ainda é apoiado pelo Real Madrid, FC Barcelona e Juventus.
“Embora a European Super League Company seja livre de criar a sua própria competição de futebol independente fora do ecossistema da UEFA e da FIFA, não pode, para além de criar tal competição, continuar a participar em competições de futebol organizadas pela FIFA e pela UEFA sem a autorização prévia dessas federações”, pode-se ler no seu parecer, que ainda não vinculativo, tem sido base de 80% das decisões tomadas neste órgão jurisdicional.
“As regras de competição da UE não proíbem a FIFA, a UEFA, as suas federações membros ou as suas ligas nacionais de ameaçar os clubes com sanções se participarem num projecto (…) que possa infringir os objectivos legítimos prosseguidos por essas federações”, salientou o advogado. Além disso, o modelo europeu baseia-se num sistema em pirâmide no qual o futebol amador é a base, devendo-se “confiar num sistema de solidariedade financeira” para “redistribuir e reinvestir pelos níveis inferiores do desporto as receitas geradas pelos eventos e actividades da elite”.
E agora, Florentino?