” – Claro que não é como a Primeira Liga, eu estaria a mentir se dissesse isso. Mas os jogadores árabes são bons e os estrangeiros dão qualidade. Talvez dentro de alguns anos se torne a 4ª ou 5ª liga mais competitiva do mundo.”
Cristiano Ronaldo sempre foi um homem de desafios.
Um homem capaz de catapultar-se como um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, vencendo desafios atrás de desafios, suplantando os limites pré-determinados e pré-estabelecidos.
Não obstante isso, que o ajudará a ser um incorrigível optimista, a verdade é que o sentimento expresso em relação à liga saudita roçará a hipérbole.
Na verdade, por muito que queira, dificilmente a liga saudita chegará ao seu vaticínio . Honestamente, temos dúvidas que o possa ser num continente que já conta com a liga japonesa, a liga sul-coreana, a liga chinesa.. e não esquecendo que as equipas australianas integram as provas organizadas pela federação asiática.
A liga saudita, essa, parece, ainda que com o mediatismo conferido pela chegada do português, destinada ao papel que sempre teve: um luxuoso cemitério de (alguns) elefantes e com pouca ou nula capacidade de projectar talentos para outros países, ao contrário das ligas asiáticas já referidas.
Além disso, bastará atentar nos estrangeiros presentes no campeonato, o que poderá conferir ou desmentir estas conclusões. Assim, no Al Nassr, equipa do jogador português, o estrangeiro mais velho é o próprio CR7 com 38 anos e o mais novo o antigo vimaranense Konan com 27. Um dos principal rival do clube é o Al Hilal, actual vice-campeão do mundo, cujo atleta estrangeiro mais novo é o brasileiro Michael com 27 anos e o mais velho o nigeriano Ighalo com 33. Deixemos outro exemplo: o líder do campeonato, Al-Ittihad, tem como atleta estrangeiro mais velho, o guarda-redes brasileiro, Marcelo Grohe com 36 anos, sendo o mais novo o luso-angolano, Hélder Costa, com 29.
Ora, se estes são os factos presentes, os (mais ou menos) públicos desejos de contratar num futuro próximo homens como Messi, Luka Modric ou Sérgio Ramos confirmarão que o caminho continuará a ser o preconizado até hoje: a aposta em estrelas de tempos mais ou menos recentes, em detrimento de atletas que poderão viver o seu apogeu naquele campeonato… e assim sendo, a profecia de Ronaldo jamais poderá tornar-se efectiva.