” – Por todas as minhas falas até agora, vocês sabem que eu gosto de estar aqui. A família está aqui comigo, mas tem que falar com quem manda em casa. Mas eu ainda tenho mais um ano e meio de contrato. O futebol é muito dinâmico, até me mandarem embora. A Leila pode me mandar embora, ser vendido ou cumprir o contrato, que é a primeira intenção. Quem manda é lá em casa. Se quiser me ter aqui, tem que ir primeiro por lá. O que ela decidir, por mim tá está bem.
Rony, Dudu, Veiga, Zé, Gomez, Weverton…. Seis homens de grande caráter dentro do jogo. Sabem que independentemente do que aconteça no jogo temos que estar focados no que temos que fazer. Com jogadores com essa mentalidade é muito mais fácil atuar em momentos de turbulência dentro do próprio jogo, manter a calma que nos permita estar com a cabeça fria para tomar boas decisões.
O que admiro neles não é a qualidade. É o caráter. Já tive oportunidade de deixar o elenco por muito mais dinheiro e disse a eles. Não vim aqui passar férias. Quero continuar a ganhar. Enquanto sentir esse desejo e vontade na atitude e olhar deles, dificilmente vou sair do Palmeiras. Dificilmente eu deixarei este elenco, enquanto demostrarem essa vontade. Tem que mostrar esse desejo. São irmãos de guerra. Não são da minha família, mas gosto muito deles. Minha mulher ficou até com ciúmes quando disse que os amava. Quando cheguei em casa, quase me bateu . Tenho um orgulho muito grande de ser treinador deles.“
O Palmeiras de Abel, ontem bateu o Corinthians, por duas bolas a uma…
Um triunfo que colocou o Verdão no topo da tabela classificativa.
Abel, esse, continua a viver uma história de amor com o clube de São Paulo.
Uma história que começou em 2020 e que, segundo a direcção, será para continuar até 2027.
Mas, como diz Abel…a mulher é que manda, ainda que a sua história seja digna do livro que escreveu: “Cabeça Fria, Coração Quente.”
Neste, os portugueses que levaram o Palmeiras ao topo do mundo, relatam o seu modo de trabalhar, como desmontaram os problemas técnicos e tácticos que lhe foram sendo causados pelos adversários e como venceram.
Uma obra de leitura simples mas eficaz para quem gosta de futebol, quer perceber os segredos da táctica e o melhor modo de estrategicamente vencer um jogo de futebol, ou no caso deles, títulos.
Porém, entre as diversas reflexões apresentadas, uma mereceu que ficasse parado nas suas páginas:a dos Três Budas, um que nada vê, outro que nada ouve e outro que não fale.
Dizem os portugueses que, após duas derrotas, tiveram de se abstrair das redes sociais. Como os budas, tiveram de deixar de ver, de ouvir e de falar, pois caso se ligassem ao que liam jamais conseguiriam ser capazes de continuar a fazer um bom trabalho. Na verdade, os insultos, os impropérios só merecerão atenção se nós quisermos, servindo para mostrar a fraca índole de quem os prefere numa rede social…sem sequer conhecer as pessoas em questão, definindo-as a elas e não ao destinatário.
A vida, para além, do futebol…