Economia do Golo
O desporto é a nossa paixão e a escrita o nosso vicio. Sempre dispostos a conjugar as duas artes, na certeza de uma junção sempre feliz... ousem descobrir!

Um Pai Por Um Filho…

Como jogador terá sido um dos melhores do seu tempo.

Médio proactivo, de vistas largas e de remate fácil, potente…e letal!

Paul Scholes entrou no rol dos inesquecíveis, daqueles jogadores que tornavam o jogo diferente pela sua qualidade e mentalidade.

Porém, nem sempre a vida nos presenteia só com momentos felizes. Mesmo no topo, deparamo-nos com provações, dificuldades que, na maior parte das vezes, fazem de nós melhores seres humanos. O golo mais belo do antigo internacional inglês tem sido marcado (todos os dias!) longe dos tapetes verdes, onde sempre nos encantou.

Falemos do seu filho Aiden. Aiden tem 16 anos e é um jovem especial. O pai explica-nos: “O meu filho Aiden sofre de uma forma grave de autismo. Tem muitas dificuldades de aprendizagem. Tentamos fazer tudo para que tenha uma vida tranquila, se bem que, às vezes, tal não seja fácil.”

Na autobiografia do antigo jogador, conta-nos como ele e a sua família tudo fazem para tornar o jovem feliz, como a água e as piscinas são o seu maior divertimento, mas sobretudo a “chave” descoberta, de modo ocasional, para estabelecer um canal de comunicação com Aiden: a pintura. Façamos, novamente, a transcrição do discurso de seu pai: “um dia percebi que os desenhos e a pintura eram a chave para entrar no seu mundo. A partir daí, passei a comprar lápis e aguarelas e desatei a desenhar.”

Tomado pela euforia, Scholes desenhou um chimpanzé com auscultadores, similar ao trabalho de Bansky, já que Aiden passa “os dias com os auscultadores, apenas os tira para ir à piscina.”

A reacção dele, ao ver o desenho, foi inesquecível: “quando o viu, o seu rosto iluminou-se. Fiquei todo arrepiado. Tinha descoberto um novo modo para comunicar com o meu filho. A partir daí, não mais deixei de desenhar. Aiden vive no seu pequeno mundo e sinto-me feliz por fazê-lo contente.”

Graças às suas obras de arte e ao amor de um pai, que tudo tornou-se mais simples para o jovem. Paul, esse, para além do extraordinário artista que era dentro de campo, transformou-se no maior campeão que poderia ser: um artista para colorir a vida do filho!