Rui Nabeiro deixou-nos…
É uma tradição portuguesa quando alguém deixa o mundo terreno, ser, imediatamente, conotado como uma pessoa boa… mesmo que os seus pecadilhos tenham acompanhado sempre a sua passagem pela vida terrestre.
Porém, neste caso, será mesmo assim.
O Comendador, ontem, falecido foi capaz de nos demonstrar que tudo será possível, sem deixar de sermos um exemplo…como pessoas com princípios, capazes de ajudar os outros, sem deixar de cumprir os objectivos que preconizamos para a nossa vida.
Nabeiro foi a luz inspiradora para quem teima dizer que há impossíveis. Foi capaz de, do nada, criar uma das empresas mais reconhecidas do país, com maior projecção internacional, sem a deslocalizar para o estrangeiro ou para o litoral, mas sempre engrandecendo uma deprimida vila do interior alentejano e projectando-a no mapa.
Tal seria a luz que o acompanharia enquanto olhou para o futebol. Ao invés de muitos empresários que sempre apoiaram os clubes com maior visibilidade, com mais títulos, que sempre pugnaram por ter camarotes nos estádios mais mediáticos do país, fez apologia do brocardo “apoia o clube da tua terra”, sempre ajudando e engrandecendo o Sporting Clube Campomaiorense, levando um emblema que militava nos regionais até ao principal escalão do futebol nacional e ao Jamor, naquela final sui generis, frente ao Beira-Mar.
Poderão dizer que abandonou o apoio ao profissionalismo dos galgos logo aos primeiros solavancos. Mas, acima de tudo, fez do Campomaiorense, algo mais do que um clube profissional. Tornou-a numa instituição virada para a sociedade, sempre pronta a ajudar os necessitados a troco de nada e sem obrigação de ter qualquer lucro com isso.
Um homem bom desaparece…um homem cujo o exemplo deverá estar sempre presente em nós!