O Paris Saint-Germain, como alguém por estes dias ousou dizer, é um clube estado.
Um clube dominado pelos petrodólares do Qatar, dirigido à distância por profissionais com pouca ou nenhuma ligação à Cidade-Luz.
Porém, o início da equipa parisiense foi diametralmente diverso da realidade de hoje.
Na verdade, desde logo, falamos de um clube recente, formado no início da década de 70 do século passado…porque Paris era a única das grandes cidades europeias que não tinha um clube de futebol capaz de discutir os mais altos lugares do futebol do país.
Por essa razão, resolveu-se realizar um referendo em que foi perguntado aos parisienses se estavam interessados na criação de um clube de futebol que pudesse dar luta ao maior emblema do país do Hexágono, o Saint-Etienne.
Depois da resposta afirmativa, cinco homens foram nomeados para criar uma comissão instaladora do então Paris FC.
Um dos primeiros passos foi visitar Madrid e o presidente Santiago Bernabéu, histórico líder do Real Madrid, que deu-lhes um interessante conselho que passava por jamais afastarem os adeptos, criando, para isso, como existia em Portugal e em Espanha, mas cuja realidade se desconhecia em França, os sócios. Perante a surpresa dos franceses, o lendário líder espanhol explicou-lhes que todos os adeptos, mediante uma retribuição mensal ou anual, sentir-se-iam donos de uma parte do clube, podendo intervir nas tomadas de decisão em Assembleia-Geral, bem como ter direito a assistir às partidas.
Passaram mais de cinquenta anos…
O processo de formação do PSG, atendendo naquilo em que se tornou, parece uma lenda, um mito urbano…