É um ataque frontal e declarado à Premier League por parte do presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas.
Assim, este, tomou como termo de comparação a situação financeira do Barcelona relativamente aos clubes da liga inglesa, para concluir que “para voltar ao topo, o Barcelona teve de vender 700 milhões em activos do clube. Se fosse em Inglaterra, bastava o dono de um clube passar um cheque e inflaccionar o mercado. Mas, depois, são os espanhóis que ganham as competições europeias.”
Tal obrigatoriedade de venda deve-se ao facto de “o clube estar nas mãos dos sócios, pelo que não pode receber injecções de dinheiro dos proprietários ou accionistas.”
Estas palavras, proferidas no dia de apresentação dos limites salariais de cada clube na Liga, e cujos números já mencionamos num artigo anterior, foram conducentes à necessidade que o emblema Blaugrana terá de gerar mais dinheiro, libertando-se de gastos supérfluos, pois as alavancas financeiras accionadas no presente defeso (antecipação de direitos televisivos, venda do Barça Studios), como é óbvio, não poderão ser novamente accionadas.
Porém, apesar do situação económica difícil, Tebas, mesmo assim procura descobrir razões para o alarmismo não ser tão grande ao dizer que ” li números absurdos sobre a dívida de Barcelona. Se formos ao website do clube em 7 cliques, chegamos ao orçamento de 2021, sendo a dívida líquida de 875 milhões de euros, não 1350, ou 1500 como já ouvi dizer. Na semana passada, o presidente do Psg Al Khelaifi citou 1800 milhões.”
Depois de defender o clube catalão, Tebas apontaria todas as armas para os emblemas a disputar a Premier League: “ há muito tempo que temos vindo a reportar e a atacar os clubes estatais, como o PSG e City. Agora, também, há clubes nas mãos de mecenas, pessoas que tiram os seus livros de cheques e injectam dinheiro nos clubes, inchando o mercado e tornando o futebol economicamente insustentável. Este Verão, a Premier League fechou o mercado com 2296 milhões gastos e 1090 milhões de vendas, um saldo negativo de 1206 milhões. La Liga gravou -50, Bundesliga +50, Ligue 1 +96 e Serie A +24. Há um ano atrás para a Premier League no mercado havia um défice de mais 620 milhões: em dois anos em Inglaterra estamos quase com um saldo negativo de 2 mil milhões. É insustentável e injustificável“.
Depois, depois dos números, a estocada no aspecto desportivo: “Mas lembro sempre uma coisa aos ingleses: neste século, as equipas espanholas ganharam 36 títulos europeus, as equipas da Premier League 13. É verdade, depois há a Itália e a Alemanha com 6 e a França com 0. A Premier tem mecanismos de controlo, deve fazê-los funcionar. Depois há o Uefa, mas só atacará a sério em 2024. Certamente que isto não pode continuar, não se pode continuar a injectar dinheiro em clubes que estão a perder dinheiro. Repito, “o Barça teve de vender bens no valor de 700 milhões de euros”.
Um ataque desassombrado…