Economia do Golo
O desporto é a nossa paixão e a escrita o nosso vicio. Sempre dispostos a conjugar as duas artes, na certeza de uma junção sempre feliz... ousem descobrir!

Tiremos o Chapéu…a Haaland!

Confesso que quando o norueguês assinou pelo Manchester City não apostava que fosse tornar-se tão imprescindível como se tornou.

Fosse pelo estilo de jogo do clube inglês, fosse pelo próprio modo de ser do treinador Guardiola que nunca foi apologista de homens golo com a morfologia do norueguês (bastará ver o caso de Ibrahimovic no Barcelona preterido pelos baixinhos), fosse até pela forma da equipa comunicar entre si e que parecia querer dizier que um avançado com aquela estrutura se fosse tornar num corpo estranho na equipa.

Se tinha este ideia nos primeiros jogos da pré-temporada, com mais convicções tirei ficado após o jogo da Supertaça inglesa frente ao Liverpool, em que o avançado se estreou pelo City. Verdade que era o primeiro jogo, verdade que noventa minutos serão sempre nada para tirar conclusões, mas Haaland parecia uma ilha no meio de um oceano de camisolas azuis. Perdido no seu seio, sem entender a linguagem dos colegas, à procura de um milagre ou uma bola à sua ocasião para ser e sentir-se útil.

Porém, imediatamente, terá mostrados a todos que dele duvidavam o quão estávamos enganados. Não era ele que teria de se adaptar a um sistema de jogo que, supostamente, só tinha razão de ser por não ter um finalizador da sua estirpe. Teria de ser, acima de tudo, a ponta de uma lança bem oleada e à qual faltava um temível e terrível animal de área. Um homem que só teria de esperar que génios como De Bruyne, Mahrez, Foden e tantos outros dessem azo à sua vertente mais criativa, para ele no seu habitat se distingir: pelo modo mecânico e frio como faz o seu trabalho, que é pouco dado a belezas, mas que torna o produzido nas suas costas ainda mais estético, perfeito e eterno…pois, só os golos permitem que as mais belas jogadas permaneçam na nossa memória para sempre!

Ontem, frente ao RB Leipzig, nos oitavos de final da Liga dos Campeões, terá atingido o seu Olimpo, isto se um goleador como ele conhecer limites. Cinco golos em sessenta e três minutos, abandono do campo debaixo de aplausos, ainda que aborrecido pelo seu treinador não lhe permitir aumentar o pecúlio. Os, já, seus 39 golos na presente época comprovarão a razão: os predadores são insaciáveis, insatisfeitos e perfeccionistas! Haaland viverá sempre na selva à procura da sua presa, seja ela a mais inofensiva ou da sua igualha!

Tiremos-lhe por isso o nosso chapéu…