” – No fim da primeira parte, sentia vergonha dos meus rapazes. Nos balneários, disse-lhes que me envergonhava por ser treinador deles. Nos primeiros trinta minutos, rezava para que a primeira parte terminasse, apenas, com um golo de desvantagem. Uma atitude que não se pode aceitar numa equipa como a Roma.”
José Mourinho sobreviveu à Juventus e aos cânticos dos tifosi bianconeri que o brindaram, durante grande parte da contenda, com um “sei un figlio di putana.“
Com uma primeira parte sofrível, em que a Vecchia Signora marcou muito cedo e poderia ter marcado mais alguns, a equipa romana foi-se aguentando como pôde.
Uma prestação que, como o próprio Il Speciale reconheceu, não foi digna dos pergaminhos da sua equipa.
Na segunda metade tudo mudaria. Como o próprio treinador reconhece “poderei dizer que merecíamos mais do que a Juventus, mas o empate final é mais do que justo. No ano passado, em partidas semelhantes, como contra o Inter e o Milan, não tínhamos tido este tipo de reacção e depois de ficarmos em desvantagem não conseguíamos ser perigosos.”
Mas, seria a reprimenda ao intervalo, digna de um Mourinho possesso, que alteraria o rumo da contenda. Por essa razão, o treinador assumiu que o festejo, quase enlouquecido de Abraham, após obter o tento do empate, deleitou-o. “- Amo os jogadores emotivos e fiquei feliz por vê-lo exultar. Todos sabíamos que não tínhamos feito uma primeira parte longe das nossas capacidades. Talvez, fosse feliz porque sabia que se não perdêssemos eu seria menos duro com a equipa no balneário.”
Um homem especial e sem papas na língua…