Dizia um treinador, que mais do que saber o que fazer com a bola nos pés importará saber o que fazer quando esta é perdida…
O mesmo ocorrerá no momento da vitória…somos alardeados com ensinamentos que o que interessa é saber perder, sendo que a verdadeira crueza do carácter ocorrerá quando se vence e se atinge o cume da montanha. No momento da derrota, ao invés, perante a desilusão do momento, o conforto dos próximos será o mais óbvio, merecendo o desfeiteado a consolação destes.
Porém, quando se ganha cai a máscara… no momento em que nos achamos o topo do mundo, a máscara do politicamente correcto cai, esbate-se momentaneamente e até alguém que até esse momento mereceu admiração torna-se numa personagem de pés de barro.
Isto a propósito do guardião, agora campeão do mundo, Emiliano Martinez. Fruto de um percurso de vida difícil merecerá todos os aplausos como conseguiu chegar ao topo. Além disso, aquele icónico momento em que, após ter tido papel preponderante na vitória da FA Cup ao serviço do Arsenal, a primeira coisa que fez foi telefonar aos seus a milhares de quilómetros de distância emocionou todos aqueles que assistiram ao momento.
Porém, este Mundial, principalmente após a final, destruiu essa imagem ao elástico guardião argentino. Com efeito, El Dibu (em alusão a uma série de desenhos animados) perdeu completamente o controlo depois do jogo que foi a sua glória.
Começaria com o inusitado gesto de levar o troféu de melhor guarda redes da prova aos genitais, num gesto tão deselegante quanto feio e inapropriado. Seguir-se-ia com o escárnio a Mbappé nas catacumbas dos balneários do Lusail. Findaria no cortejo de Buenos Aires em que embalou um bebé com a cara do mesmo Mbappé. No fundo, um claro sinal de formação… uma formação que passa por só se lembrar das raizes quando se perde e espera-se por uma mão amiga que, no momento da vitória, será rechaçada!
Mais do que saber perder…