Há qualquer coisa em David de Gea de inexplicável.
A começar a décima segunda temporada no Manchester United, sempre foi um titular indiscutível. Aliás, a temporada em que menos actuou foi na de 2020/21, onde jogou em 36 desafios.
Porém, apesar disso, o madrileno nunca foi consensual para os adeptos mancunianos. Órfãos de “monstros” como Schmeichel ou Van der Sar, nunca terão olhado para o espanhol como o homem capaz de “guardar as chaves do cofre forte” do clube. Verdade seja dita, que os inusitados e inesperados erros do espanhol, também, terão contribuído para isso, pois, com efeito, os erros do guardião são de fácil memória, mas os desafios em que deu pontos não surgem na nossa memória.
Hoje, frente ao Brentford, terá vivido uma das tardes mais negras desde que chegou a Old Trafford, na longínqua época de 2011/12. Na verdade, o espanhol teve culpas (e que culpas!) nos dois primeiros golos que serviriam para derrotar a sua equipa por quatro bolas sem resposta. Um desastre de dimensões bíblicas que mandou a sua equipa para o último posto da tabela na antecâmara do desafio de acesa rivalidade (e de dificuldade extrema!) com o Liverpool.
Porém, há vários factores que servirão de atenuante para desculpar a inépcia do guardião. Desde logo, este Manchester é uma sucessão de erros aliados a experiências estéreis. Os jogadores parecem perdidos num modelo de um “fato” que não lhes assenta. O facto de os responsáveis mancunianos ao terem comprado Ten Hag, terem adquirido uma ideia de jogo, leva a que os jogadores, inadaptados ao modelo, sintam-se perdidos, sem soluções e sem capacidade de criarem desequilíbrios. Tal será comprovado pela quase inexistência de reacção e de oportunidades durante e depois do “barco ter ido ao fundo”; ou seja, ter sofrido quatro golos.
Entretanto, o guardião veio a terreiro pedir desculpa aos adeptos pela perda dos três pontos. Mas, será o único arguido ou até merecerá ser absolvido, atendendo ao descalabro colectivo que foram os noventa minutos da equipa do técnico holandês que parece “um peixe fora de água”, vivendo de um experimentalismo que parece levar a um caminho ruinoso?