Um verdadeiro tiro ao lado…
Nas escolas de gestão empresarial, a operação de Raúl de Tomás será provavelmente estudada em cursos futuros como exemplo de um negócio ruinoso para o proprietário dos seus direitos económicos, mas uma pechincha para o comprador.
Deste modo, dos 70 milhões de euros da sua cláusula de rescisão e que o Espanyol pedia no início do Verão para um atleta que ainda tinha quatro anos de contrato, a sua venda irá ser consumada por, apenas, oito milhões de euros. Quase nove vezes menos!
Depois das posições entre De Tomás e o Espanyol terem-se extremado, com o jogador a pretender a todo o custo abandonar o clube, o Rayo surgiria como única solução, depois das possibilidades de assinar pelo Bayern e pelo Real Madrid terem-se gorado.
Trata-se, assim, de uma operação comercial de emergência, que terá lugar fora da janela de transferências, o que significa que o avançado poderá treinar mas não poderá jogar até que a janela de Janeiro se abra. Tal como é avançado pelos portais La Grada e RAC1, a esses oito milhões de euros fixos serão adicionados outros três milhões de euros em variáveis se o clube da periferia de Madrd permanecer na Primera División. Atendendo a tais factores, ninguém cogitaria que o avançado é internacional espanhol e que apontou 45 golos nas suas últimas duas épocas e meia pelo clube!
Caso esta condição seja cumprida, o total de 11 milhões pagos não coincidirá sequer com o pagamento que o Espanyol ainda tem pendentes ao Benfica, pela aquisição do atleta, que em Janeiro de 2020, foi contatado por 20 milhões de euros fixos mais outros 2,5 milhões variáveis (um milhão para o mecanismo de solidariedade, outro por ter jogado pelo menos dez jogos e 500.000 euros depois de ter marcado cinco golos).
O clube de Barcelona escapará, contudo, ao pagamento dos 20% acordados com a equipa lisboeta em mais-valias, já que Los Pericos realizaram o negócio por menos 11,5 milhões de euros, na melhor das hipóteses, do que compraram o atleta.
O único ponto positivo para o Espanyol nesta operação ruinosa é que poupará quatro milhões de euros brutos do seu salário para esta época.
Quanto ao acordo de Raúl de Tomás com o seu novo clube, onde já jogou entre 2017 e 2019, será válido por cinco temporadas, até 30 de Junho de 2027, e terá um dos salários mais altos do plantel. O que é certo é que tornar-se-á na contratação mais cara do Rayo Vallecano, honra que, até agora, pertencia a Alvaro Garcia proveniente do Cádiz em 2018 por cerca de cinco milhões em troca de 75 por cento dos seus direitos.
Contudo, RDT, só poderá actuar pela sua nova equipa em Janeiro. Até lá, trabalhará com a equipa até que a janela desse período seja aberta e ele possa ser inscrito, pelo que a sua estreia poderá ter lugar contra Betis no início de Janeiro. Com esta situação, morrerá também o sonho de participar no Mundial do Qatar…