Era o jogo do título da Premier League…o desafio entre o Manchester City e o Arsenal, que poderia ser, também, interpretado como um duelo entre Guardiola e o seu delfim, Arteta.
Foi, contudo, a confirmação que os Cityzens serão, provavelmente, a equipa mais forte da actualidade.
Na verdade, o técnico catalão deu outro sinónimo à ideia de jogar bem. No Ethhiad, passou-se a jogar bem nos diversos momentos do jogo, não só em posse e movimentação ofensiva, como, provavelmente, terá sucedido durante todo o consolado de Guardiola.
Com efeito, tal como tinha sucedido nos quartos de final da Liga dos Campeões, o City foi um rolo compressor sem enveredar pela ilusão do romantismo, esteve muitos patamares acima sem ser arrogante, conseguiu ter bola sem professar o tiki-taka numa exibição a roçar a perfeição,.
Desde logo, por apresentar médios de cobertura defensiva. A consciencialização de que, para vencer, é preciso defender com bola (como sempre foi feito!), mas, também, sem ela. As grandes equipas, também, têm de assumir essa humildade.
Depois, o factor Haaland. Escrevemos, aqui, no início da temporada que era um corpo estranho à ideologia da equipa. Um terrível goleador, incapaz de entender o vocábulo futebolístico da equipa. Puro engano! É o norueguês que permite à equipa, por vezes, surpreender o adversário a jogar directo (!), quase uma heresia para o que esta equipa pregou durante anos. Quantas vezes recebeu a bola longa, fruto de jogo directo e a segurou, permitindo aos colegas aproximarem-se ou respirar? Se o homem de área conseguiu encaixar como uma luva, algo que poderia merecer dúvida, tal foi capaz de tornar a equipa capaz de ter outras soluções.
Relacionado com isso, o modo com o City, hoje, abateu o Arsenal. Com futebol directo. Em transições ofensivas letais e rapidíssimas. Num assomo de realismo, interpretados por artistas, com a humildade de se assumirem como operários, como De Bruyne (autor de sumptuosa e majestática exibição), Bernardo Silva ou Gundogan.
Em suma, a conjugação do melhores dos. mundos… uma perfeita harmonização de filosofias, ritmos e sons, onde violinos e os bombos entram no momento certo, para se redigir uma partitura. Quando assim é, o quatro a um que hoje o, ainda, líder, Arsenal foi brindado não é obra do acaso…será, simplesmente, uma consequência de ter encontrado pela frente (provavelmente!) a melhor equipa do mundo.