Messi assobiado, ainda, antes da partida que o Paris Saint-Germain disputou, e perdeu, em casa com o Lyon. Assobiado pelos seus adeptos, num claro sinal que depois da sua chegada como campeão do mundo a relação idílica teve um termo.
Na verdade, parecerá redutor acusar o argentino pela péssima segunda parte de temporada do emblema parisiense. Eliminado nos oitavos de final da Liga dos Campeões, ao PSG, apenas, caberá vencer o décimo primeiro campeonato nacional da sua história.
Além disso, o clube deverá começar a preparar os próximos anos, renovando contratos que estejam prestes a chegar ao seu fim, como o do argentino. Este, contudo, deverá ser a parte menos preocupada da equação, pois não faltarão emblemas dispostos a acolhê-lo antes da sua merecida aposentação… com um regresso a Barcelona à cabeça.
“Estamos em contacto com os representantes de Messi. Gostaria que ele voltasse e estou certo de que muitos fãs partilham a minha opinião. Acredito que as histórias da vida devem acabar bem, e é por isso que estamos em contacto com Messi, claro”. Estas declarações de Rafael Yuste, vice-presidente do Barcelona, desencadearam um frémito de entusiasmo na Catalunha e poderão significar um retrocesso na política desportiva do PSG, que desde 2021, após o episódio imperialista mas isolado de Neymar, dedicaram ao fortalecimento em massa do seu plantel com nomes, para além do argentino, como Sérgio Ramos, Achraf Hakimi, Wijnalkdum, Donnarumma, Vitinha, Nuno Mendes ou Danilo.
Para o jogador, após duas boas temporadas, ainda que sem o brilho exaltante e estratosférico que refulgiu em Barcelona, parece ter chegado mesmo o momento de partir, ainda para mais depois da recepção com que foi tributado no passado Domingo. Assim, quando questionado publicamente sobre o assunto, o treinador, Christophe Galtier não escondeu o jogo: “Há a posição de Leo e a do clube. Está a ser discutida entre as duas partes.”
As conversações são inevitáveis, e o o que suceder nas discussões com o Barcelona terá influência. Mas por detrás do romantismo de Barcelona está uma realidade séria: que finanças estarão envolvidas nesta chegada? Com dívidas de 608 milhões de euros (que levaram à partida de Messi há dois anos), atolado num caso de corrupção com o antigo árbitro José María Enríquez Negreira, e ameaçado de sanções pela UEFA, o Barça vive horas difíceis. A fim de levar o seu prodígio de volta a casa, Joan Laporta terá de fazer muitas contas.
Como muitas fontes internas têm sugerido, o financiamento de Lionel Messi envolverá mais um pacote financeiro. Foi pedido ao jogador que reduzisse o seu salário para 10 milhões de euros por ano ou menos na melhor das hipóteses – ganha cerca de 40 milhões de euros por ano em Paris – em troca de acções em produtos financeiros e derivados. As vendas de camisolas, bilhetes (no Estádio Olímpico Lluís Companys em Montjuic, que servirá de estádio do Barça até à conclusão do Camp Nou no Verão de 2025) e a chegada de novos patrocinadores deverão, em grande parte, cair no bolso do argentino. Este será um raciocínio simplista, mas parece ser uma nova “alavanca” a favor dos Blaugrana.
Em Paris, contudo, Nasser al-Khelaifi, o líder do clube, terá de ponderar todas as hipóteses. Ele que em Dezembro do ano passado, na ressaca da glória mundialista vivida pelo jogador, afirmou que “ainda estamos a discutir e esperamos vê-los prolongar a sua estadia connosco o máximo de tempo possível“, deverá, também, ter em consideração a reacção dos adeptos, o desgosto do jogador com ela, mas, também, a pressão do fair-play financeiro, que poderá obrigá-lo a deixá-lo partir… sempre, também, com a pista norte-americana da MLS presente.
Por fim, tendo começado como um rumor, a opção pela liga norte-americana foi vista como um recurso… cada vez a ganhar maior força!Nos EUA, os problemas de dinheiro não deverão ser a equação mais complicada a resolver, e diz-se que o Inter Miami de David Beckham será o mais forte candidato a receber o argentino. A fim de se protegerem de qualquer eventualidade, as 29 franquias americano-canadianas estarão prontas a colectar os montantes extravagantes a pagar à sua potencial futura estrela.
A ter a palavra final mais do que Leo, estará o seu pai Jorge, o verdadeiro gestor da carreira do jogador…para que lado penderá?