Desde já, refira-se que o título é irónico.
Na verdade, sentido de humor e o povo mais neutro do mundo não se parece coadunar.
Desde logo, porque este não é neutro: pretende chocar, agitar consciências, mentalidades. Algo que quem não quer correr o risco de dar-se mal com quem quer que seja não é capaz de entender.
Depois, a Suíça é um país frio. De neve. De olhar de lado para o estrangeiro – e quantos deles são portugueses – e colocá-los a fazer os serviços que os helvéticos (sem nomes portugueses ou acabados em ic ou outros que tais) não querem fazer. Um chauvinismo erudito não fosse o país dos bens de luxo como os relógios, ou dos bancos privados ou, até, da subtilidade do chocolate.
Por isso, para além do banho de bola que a equipa de Murat Yakin levou, os seis golos sofridos demonstraram que, ao contrário do que a fotografia publicada pelo Basileia queria mostrar, o sentido de humor helvético anda pelas ruas da amargura! A tentativa de ser engraçado, ao colocar os jogadores da Nati de barba e bigode (como eles vêem os portugueses) foi um verdadeiro tiro ao lado, num momento que só teve graça quando durante os 90 minutos do jogo andaram atarantados a correr atrás de Félix, Bernardo, Ramos e todos os outros. É que desta vez não havia Pieter Vink para anular golos claros e valiosos de muitos milhões (quem não souber de quem se trate que google o nome do artista).
Mas, a sessão de stand-up não terminou aí. No final da partida, o seleccionador do país dos cantões, veio desculpar-se com o facto de ter jogadores doentes, alguns deles impossibilitados de participar na contenda. Um verdadeiro momento de humor, não estivesse a defrontar uma equipa que, durante a fase de apuramento, contou sempre com menos três jogadores (Otávio, Danilo e Nuno Mendes) e, ontem, desses, só tinha um recuperado.
No fundo, os helvéticos, já que não puderam destacar-se no campo, quiseram marcar pontos na comédia…
Como já vimos, apesar de brincalhões, nem, nesse prisma, tiveram êxito. Como diz o outro, acontece…