Ao contrário do que sucede em Portugal, os campeonatos ingleses e italianos procuram proteger as equipas despromovidas. São os chamados montantes de paraquedas, destinados a amparar financeiramente os conjuntos que descem de divisão.
Falemos, pois, do caso italiano. A seis jornadas do final da Série A, a luta pela manutenção está mais viva do que nunca. Há potencialmente sete equipas – com diferentes probabilidades de sucesso – actualmente envolvidas na corrida pela salvação, sendo que nas próximas semanas serão gradualmente conhecidas as equipas que terão de competir na Série B na próxima época.
Assim, para além da descida de divisão, a despromoção tem também um peso económico que não poderá ser esquecido para os clubes de futebol. Tal como nos anos anteriores, os clubes que terminarem a época 2022/23 nos três últimos lugares da tabela classificativa – e que, por isso, serão automaticamente despromovidos à Série B – poderão contar com apoios para atenuar o impacto das menores receitas provenientes da segunda categoria
Trata-se do chamado “paraquedas”, uma verba disponibilizada aos clubes para que atenuem o impacto da despromoção. Além disso, esse montante pode ser usado para investir e tentar uma ascensão rápida ao principal escalão.
Mas como funciona este instrumento? Que recursos são distribuídos?
Para avaliar o montante a atribuir às equipas despromovidas, existem, em primeiro lugar, três escalões, tal como estabelecido pelo Estatuto da Lega Serie A:
Clubes Tipo A: as equipas recém-despromovidas que regressaram à Série B após apenas uma época na principal (10 milhões de euros);
Clubes Tipo B: os clubes despromovidos depois de terem jogado na Série A durante duas épocas, mesmo que não consecutivas durante as últimas três, incluindo obviamente aquela em que ocorreu a despromoção da Série A (15 milhões de euros);
Clubes da Tipo C: clubes rebaixados que deixam a Série A depois de jogar na primeira divisão por três temporadas não consecutivas nas últimas quatro, incluindo a temporada em que ocorreu a descida (25 milhões de euros).
Para a época 2022/23, o montante a atribuir aos clubes despromovidos ascende a 60 milhões de euros.
Nenhum clube foi ainda matematicamente despromovido, mas já é possível ter uma ideia de como a verba será distribuída com base nas equipas envolvidas na luta pela salvação, a poucas jornadas do final do campeonato.
Apresentamos, pois, as quantias que os clubes possivelmente despromovidos poderão receber, considerando os actuais sete últimos classificados, por ordem da sua posição na Serie A:
Salernitana – 15 milhões de euros
Empoli – 15 milhões de euros
Lecce – 10 milhões de euros
Spezia – 25 milhões de euros
Hellas Verona – 25 milhões de euros
Cremonese – 10 milhões de euros
Sampdoria – 25 milhões de euros
Se a quantia total distribuida for inferior a 60 milhões de euros (por exemplo, com a despromoção da Sampdoria, da Cremonese e de uma entre Lecce, Empoli e Salernitana), a parte restante, de acordo com os regulamentos, deverá ir para o paraquedas da época seguinte.
Na época passada, o montante a distribuir pelos clubes despromovidos ascendeu, exactamente a 60 milhões, mas, para dar um exemplo, em 2020/21 os restantes 15 milhões (em comparação com o máximo de 60 milhões a distribuir) foram destinados a alimentar o valor global dos direitos televisivos, então distribuídos por todos os clubes da Série A. Se, por outro lado, o valor excedesse os 60 milhões (por exemplo, no caso de apenas os clubes com direito a 25 milhões serem despromovidos), nesse caso as quotas de cada clube seriam reproporcionadas para o total máximo.
No que se refere ao pagamento, os Estatutos da Liga da Série A especificam que 40 % do montante é pago no dia seguinte ao último jogo do campeonato no qual se verificou a despromoção, enquanto a segunda prestação é paga no prazo de 15 dias após o primeiro jogo oficial da nova época futebolística.
Uma preciosa ajuda…