CA Kimberley?
Já ouviram falar?
Fundado em 1921, sediado em Mar del Plata, na Argentina, nunca teve o protagonismo desportivo capaz de o fazer merecer entrar nas grandes manchetes da imprensa.
Fundado por jovens da cidade, seria um deles, Pablo Albide, a baptizar a equipa, inspirado num filme. Tratava-se de uma obra do cinema mudo, rodada nas minas de diamantes de Kimberley na África do Sul, o que fez com que o jovem alvitrasse: “Que tal Quinberley?”. O seu companheiro Octavio Manetti, mais letrado, corrigiu-o: “escreve-se Kimberley.” O nome seria aceite por unanimidade.
Adoptaria as cores verde e branco, tendo conseguido chegar ao primeiro escalão do seu país na década de 70 do século passado. Seria nesse período que atingiu a sua maior glória que justifica a escrita destas linhas, mais propriamente durante o Mundial de 1978 disputado na Argentina.
Iria jogar-se a partida entre a Hungria e a França em Mar del Plata. Por um erro do chefe da delegação gaulesa, a equipa entrou em campo com uma camisola branca idêntica à do seu adversário. Perante o aturdimento geral, um director do Kimberley encontrou a solução: ofereceu as camisolas do seu clube à equipa francesa.
Assim, a selecção onde Platini dava os primeiros passos jogaria com o modelo mais estranho da sua história: camisola com listas verdes e brancas verticais, calções azuis e meias vermelhas. Venceria a partida por três bolas a uma.
Desde aquele dia, o CA Kimberley pode ufanar-se de ser o primeiro (e único) clube da história do futebol a ter ganho uma partida do campeonato mundial.
No mínimo, histórico…