Muito se tem falado nas compensações e no tempo útil de jogo.
Uma verdadeira ode à subjectividade de quem avalia. Do juiz que tem o cronómetro oficial do jogo.
Porém, uma outra realidade no futebol está a surgir. Assim, se antigamente, antes da existência de uma placa a dar a conhecer o tempo adicional de jogo, os espectadores passavam o suposto “tempo de descontos” a assobiarem, gritando o mítico chavão de “está na hora”, agora surge outro problema: o tempo para além do tempo…e que por vezes vai para além do tempo! Confuso? Não, simples mas um emaranhado nas mãos discricionária de quem manda.
Vamos, então, com exemplo: na Luz na passada Sexta-feira, em Braga no Sábado e ontem em Madrid os juízes, depois dos 90 minutos, comunicaram o tempo adicional de jogo aos respectivos quartos árbitros. Estes mostraram as placas aos espectadores, informando-os do tempo, ainda, a jogar.
Sucede, porém, que os juizes acharam que ainda deviam dar tempo adicional sobre esses descontos. Uma contradição com o que sucede nas primeiras partes de todos os jogos de futebol. Com efeito, se reparamos, as primeiras partes têm, em média, de compensação, um minuto, dois no máximo. Como os ” desconto dos descontos” que são quatro ou cinco minutos, conseguem merecer tanto com 45?
Pior do que isso e que fere a verdade do jogo, o facto desse período, apenas, ser comunicado em campo. A transparência do jogo não chegará aos demais agentes.
E, se como sucedeu nos três exemplos citados, assistirmos a “descontos dos descontos dos descontos”? Uma forma absolutamente subjectiva de quem manda prolongar as partidas sem dar “cavaco” a quem quer que seja, podendo prolongar a partida a seu bel-prazer, terminando-a quando bem entender!
O futebol do século XXI com VAR, fora de jogo semi-automático, com relógio digitais a cronometrar o tempo, com todos os olhos postos em si, terá de evoluir nesse ponto. Terá de gerar confiança a quem o vê que tem um princípio e um fim pré-determinados. Pare-se o tempo de jogo quando a bola sai de campo e nas outras situações em que é interrompido. Determine-se um tempo útil obrigatório. Mas, a bem do futebol, que não se traia quem, ainda, olha para o espectáculo com olhos de esperança de crença…