Andorra com as suas montanhas, os seus mercados duty-free fazem do microestado um destino apelativo. Inclusivamente para o defesa central do Barcelona, Gerard Piqué, que conseguiu catapultar o FC Andorra para um nível que, actualmente, emblemas como os históricos Deportivo da Corunha, Logroñes, entre outros não ostentam.
Contudo, no que tange a futebol, analisando os resultados da sua selecção, e dos demais, concluir-se-á que essa realidade é, apenas, fruto do investimento do antigo marido de Shakira. Apesar de ter uma selecção a competir nas qualificações para as competições internacionais, é certo e sabido que esta tem dificuldades em obter resultados positivos, ou, até mesmo, marcar um golo. A justificar essa realidade, o facto de falarmos da sexta nação mais pequena da Europa, com a designação de principado, com uma base de recrutamento diminuta e sem qualquer jogador a actuar nas ligas europeias de maior visibilidade.
Quanto aos clubes, esses, competem na sua modestíssima liga do país, à excepção do já referido FC Andorra, que, pelo facto de quando foi fundado em 1942, não existir a Federação Andorrana de Futebol, nem, obviamente, uma liga no país, sempre actuou, até à presente data, nos escalões não profissionais do país vizinho.
Porém, o clube, a partir do final de 2018, projectar-se-ia no panorama futebolístico espanhol. Nessa altura, os Tricolores, a actuar na Primeira Divisão da Catalunha uma divisão regional, com uma média de 250 espectadores por jogo e com 400 sócios, seriam adquiridos pela Kosmos Holding Group, a empresa cuja propriedade pertence ao referido Piqué, o internacional catalão a actuar no Barcelona.
Imediatamente, a troco de 452 mil euros, o FC Andorra seria projectado para a Segunda Divisão B, a terceira divisão do país, subindo duas divisões num ano. Assim, depois de ser promovido à Tercera División, com uma série de 22 jogos sem conhecer a derrota, subiria administrativamente à Segunda Division B, o mais alto escalão das divisões amadoras. Piqué, através da sobredita Kosmos, pagaria a quantia aludida para ocupar a vaga do Reus que tinha uma dívida de 8 milhões de euros e por não apresentar garantias de pagamento desta seria impedido de competir na Segunda División B. Abrir-se-ia um concurso, ao qual, depois de cumprirem os requisitos previstos, concorreriam o Jaén, o Linares, o Zamora, o Alcobendas, o Inter City e o supra aludido Andorra, que ficaria com a vaga por esta dever ser preferencialmente preenchida por um clube da associação de futebol da Catalunha como era o Reus.
O clube estava, quase de imediato, no terceiro escalão do futebol espanhol, beneficiando da parceria estabelecida com o MoraBanc, uma entidade financeira que ajudaria a projectar o clube.
Merecerá destaque, também, o terceiro lugar obtido nessa Segunda Divisão B, em 2021/22, e que levaria a que, fruto da reestruturação competitiva das divisões espanholas, a equipa passasse a actuar na Primera División RFEF, a antecâmara dos dois escalões regulados pela Liga espanhola.
A temporada de 2021/22 traria mais um naco de glória a um clube obteve o seu máximo troféu, quando em 1994, venceu a Copa Catalunya, após bater o Barcelona nas meias finais por duas bolas a uma e o Espanyol na final no desempate pelos pontapés de penalty. Nesta, após bater a 21 de Maio, a já despromovida UCAM Murcia por uma bola a zero, com um golo de Carlos Martinez, lograria uma histórica subida aos escalões profissionais espanhóis. Um facto verdadeiramente histórico, que começou com um resultado assinalável. Ontem, em Oviedo, um histórico dos escalões profissionais do país vizinho, um golo de Pau Casadesús Castro no período de compensação da segunda metade, garantiria o primeiro êxito ao clube.