Economia do Golo
O desporto é a nossa paixão e a escrita o nosso vicio. Sempre dispostos a conjugar as duas artes, na certeza de uma junção sempre feliz... ousem descobrir!

O Adeus de Rodgers…

O futebol é o imediatismo… o momento que permite distinguir se tudo está a decorrer, pelo menos, dentro do previsto ou abaixo das expectativas. Quando sucede esta derradeira hipótese, o treinador será sempre o culpado, pois um dos lugares-comuns mais citados pelas administrações dos clubes será “é mais fácil despedir um treinador, do que uma equipa”, ou diremos nós o conselho de administração assumir as responsabilidades das suas escolhas infelizes e fracassadas.

Porém, se nos queixamos dessa forma latina de ser, em que os treinadores rapidamente são despedidos, não merecendo tempo para explanarem as suas capacidades, ou, então, sendo obrigados a assumirem culpas que não são suas, a verdade é que tal parece ser um fenómeno em disseminação pela Europa do futebol.

Hoje, fomos sacudidos pela partida de Brendan Rodgers do comando técnico do Leicester. É verdade que os Foxes, no presente ano, andam longe do que já fizeram. Não falamos ao nível da inesperada e deliciosa surpresa que sucedeu quando com Ranieiri deixaram o mundo boquiaberto com a conquista da Prener League, mas aludimos ao que realizaram nos anos subsequentes…com Rodgers ao comando!

Na verdade, o norte-irlandês conseguiu colocar o seu nome na história de 139 anos do clube. Assim, se Cláudio foi o único a vencer o máximo título inglês pelo clube, Brendan, também, terá o seu lugar na eternidade ao ser o primeiro a vencer a mítica FA Cup e, de seguida, a Supertaça Inglesa. Não satisfeito com isso, conseguiu levar a equipa de Jamie Vardy às meias-finais da Liga das Conferências, só caindo aos pés da Roma de Mourinho, que haveria de vencer o troféu. Mais do que isso, por duas vezes, ficou às portas da Liga dos Campeões, num claro sinal de um trabalho bem elaborado, consciencioso e com progressão.

Este ano, contudo, tudo mudou. Para além da lesão de longa duração do português Ricardo, os Foxes resolveram vender referências do clube, como Kasper Schmeichel, Fofana ou Ayoze. Pior do que isso, os reforços que chegaram foram parcos não tiveram a parcimónia na escolha que existiu em anos anteriores. Como conclusão, desde o início da época, o Leicester não pareceu igual aos anos anteriores.

Neste momento, a dez jogos da conclusão da Premier League, com a derrota de ontem em Selhust Park, casa do Crystal Palace, os Foxes caíram para os lugares de descida. Com uma temporada tão mal planeada, com tantos erross, quem os pagou foi o treinador… à moda de outras paragens. Irá fazer sentido?