São regras destinadas a combater o chamado “plano Chelsea” que contratou jogadores por longos períodos temporais para espalmar a sua amortização e, deste modo, não violar as normas do fair-play financeiro.
Assim, antes da próxima janela de transferências de Verão, o mercado terá novas regras relativas à amortização dos jogadores. Isto foi relatado pelo jornal italiano, La Gazzetta dello Sport, explicando que a intervenção da UEFA sobre o assunto se tornou necessária após as operações encerradas nas duas últimas janelas de mercado pelo Chelsea, que repartiu o custo dos jogadores que adquiriu por um maior número de anos (sete ou mesmo oito) graças a contratos mais longos.
Não se trata de nada ilegal, uma vez que a lei inglesa permite aos atletas assinar contratos por mais tempo do que os cinco anos estipulados internarcionalmente. No entanto, a UEFA considera esta prática perigosa para o futuro dos clubes e para a estabilidade do mundo do futebol. Por isso estará disposta a regulamentar tal situação no próximo Comité Executivo, previsto para 4 de Abril em Lisboa, e possivelmente no que se segue. O objectivo é chegar a 1 de Julho, quando o mercado 2023/24 abrir, já com os novos regulamentos em vigor.
Dos 121 milhões de euros para Enzo Fernandez aos 65 milhões investidos para Cucurella, passando por outros cerca de 100 milhões pagos para Mudryk, na presença de números tão elevados, o aproveitamento de contratos mais longos permite baixar a quota de amortização anual em algumas dezenas de milhões e assim “contornar” as regras do novo fair-play financeiro.
Por isso, a UEFA estará pronta a intervir para “proteger” o novo regulamento que supervisiona as contas do clube do estratagema legal utilizado pelo Chelsea. Não menos importante porque outros clubes podem começar a implementá-lo. O problema seria especialmente para os clubes desportivos (Barcelona, para dar um exemplo, ou Real Madrid) cujos presidentes poderiam ser tentados a fazer campanhas faraónicas e repartir os custos das suas compras por um período de tempo, mesmo após o fim do seu mandato.
Tal comprometeria a estabilidade financeira dos clubes. Qual será a solução? Uma vez que a UEFA não pode obrigar os países a alterar as suas regras, exigirá que os clubes elaborem dois orçamentos diferentes: aqueleo que será considerado para obter a adesão às competições europeias e não incorrer em penalizações terá de estipular que o custo das compras seja amortizado ao longo de cinco anos. O objectivo claro é o de garantir a todos as mesmas condições competitivas. A nova regra não terá valor retroactivo e, portanto, para estas sessões de mercado, o Chelsea manterá uma “vantagem”em relação aos outros competidores.