Portugal tem de mostrar muito mais…
Verdade seja dita que venceu o Gana, entrando de modo triunfal no Campeonato do Mundo.
Também não será mentira que o adversário lusitano só atacou nos momentos em que marcou os golos.
Mas, não obstante os três golos, Portugal foi, na maior parte do desafio, lento, complicativo e com os seus intérpretes incapazes de tomarem as melhores decisões.
Fernando Santos, esse, contudo, terá montado uma equipa cheia de boas intenções. Com homens capazes de tratar bem a bola, de a acariciarem, esperava-se que enredassem os ganeses nas suas teias.
O problema é tal não sucederia. Portugal, na maior parte do desafio, perdeu-se nos desígnios da sua identidade em querer trocar bem a bola mas sem progressão, sem identidade e sem arrebatamento.
Contudo, a estrelinha que tão necessária é nestes torneios apareceria. Os lusitanos adiantaram-se no marcador no seu pior momento do jogo e responderam quase de imediato ao tento do empate da selecção ganesa.
Dois golos de rajada a pressupor um final tranquilo, que não sucederia graças a mais um erro defensivo numa equipa já a actuar com tracção atrás. Aliás, a ideia de marcha-atrás foi bem expressa no momento da lesão de Octávio, em que Fernando Santos apostou na entrada de William Carvalho, ao invés de lançar um elemento de construção ofensiva, como Vitinha.
Portugal venceu, mas não precisava de tanto sofrimento…