Estávamos em 2005. Portugal vivia na ressaca do Europeu perdido sobre a linha de meta para a maldita Grécia. Mourinho afirmava-se em Londres, levando o Chelsea a um título que lhe fugia há mais de 50 anos. O Liverpool voltava a vencer uma Liga dos Campeões, depois de estar a perder por três bolas a zero ao intervalo frente ao AC Milan. Ronaldinho Gaúcho acendia o mundo com os seus dribles, os seus malabarismo e o seu sorriso. Cristiano Ronaldo, esse, começava a transformar-se na máquina que, ainda, é hoje.
Além de todas essas efemérides, outra merecerá realce. Messi, o genial argentino, La Pulga, que na altura despontava no Barcelona, fruto da sua tenra idade, não estava entre os escolhidos para vencer um dos prémios mais distintos do futebol: a Bola de Ouro.
Seria a última vez…
A partir daí, Leo somaria presenças consecutivas na lista dos melhores do mundo, vencendo por sete vezes o máximo galardão do futebol mundial a título individual. Aliás, viveria um curioso e inesquecível duelo com CR7, que “só” venceria cinco, numa curiosa confirmação de um duopólio nestes últimos anos. Ou, como fomos privilegiados em ter vivido num mundo pintado a cores garridas por dois dos maiores monstros sagrados da mais que centenária história do futebol.
Até hoje! Messi mudou de ares na época de 2021/22. Fruto do estrangulamento salarial do Barcelona, teria de sair da sua zona de conforto; aquela zona onde tudo lhe era aceite, permitido. Um jogador jamais será maior do que um clube, mas os clubes reconhecem que ainda se podem tornar maiores por causa de um jogador. A deificação do argentino levou a que o Barça vencesse títulos, mas que o argentino se tornasse na face mais visível do clube, o seu ícone distintivo no mundo.
Escolheria Paris..o multimilionário PSG, ainda que sem as referências humanas da casa blaugrana. Num campeonato menos mediático, num clube centrado numa “Mbappezição” profunda, a estrela do genial jogador, sem apagar-se, banalizou-se. Messi de extraordinário e estratosférico tornou-se num bom jogador. Daqueles com números interessantes, que nenhum clube desdenharia, atento os 11 golos e 14 assistências realizadas, mas longe de se afirmar ao nível de Benzema, De Bruyne…ou o seu eterno rival Cristiano Ronaldo.
Por isso estes e mais 27 foram escolhidos para os 30 finalistas da Bola de Ouro, ao contrário de Leo. Tudo terá um fim, mas será que, em ano de Mundial, as notícias da morte da vida extraterrena do argentino são manifestamente exageradas? E, por isso, para o ano estaremos a alvitrar que poderá vencer o oitavo troféu, enriquecendo, ainda mais, uma carreira a todos os títulos notável? Quem sabe?