Foi uma das imagens inesquecíveis da não menos inesquecível final do Qatar: Leo Messi a receber a Taça de Campeão do Mundo envergando um manto árabe.
Na verdade, foi a primeira vez na história dos Campeonatos do Mundo que foi pedido a um capitão de uma equipa nacional que vestisse algo por cima do seu equipamento para as fotos oficiais da cerimónia de entrega dos prémios. Neste caso era um bisht, um manto preto com decorações douradas que é utilizado na cultura árabe para cerimónias. Este foi-lhe oferecido pelo Emir Tamim bin Hamad al-Thani, o actual governante do Qatar, tendo Messi permanecido com ele durante a cerimónia protocolar da entrega da Taça.
Tal desencadeou um verdadeiro caso nas redes e meios de comunicação social. Muitos interpretaram como uma forma de cobrir a sua camisola com um símbolo do país de acolhimento, que já foi fortemente acusado pela sua falta de respeito pelos direitos humanos, direitos dos trabalhadores e por alegado scaso de corrupção. Outros descreveram-no como “sportwashing”, ou seja, a tentativa de explorar valores desportivos para criar uma imagem positiva e eticamente intacta. Apesar de todo burburinho, desconhece-se se tal foi feito com a concordância da FIFA e se o jogador tinha conhecimento do que poderia advir desse gesto.
Não só: este acto violou as regras estritas da FIFA sobre o traje dos jogadores durante as cerimónias oficiais de atribuição de prémios. O artigo 27º estipula que: “Nas finais de competição da FIFA, o vestuário comemorativo só pode ser usado em campo após a realização de actividades oficiais da FIFA (durante as quais a equipa só deve usar as camisolas utilizadas durante o jogo em questão)”.
Polémica à vista?