Do céu ao inferno!
Valência vive horas difíceis… de dificuldades financeiras e desportivas, com o clube a lutar, desesperadamente, contra a despromoção à Liga 2.
Porém, há cerca de 20 anos, ninguém perspectivava tal situação. O Valencia chegava duas vezes à final da Liga dos Campeões, para, quase, logo de seguida, em 2004, vencer a Liga Espanhola, a Taça UEFA e ser considerado o melhor clube do mundo.
Com o êxito desportivo, veio a ambição económica com o projecto de construção de um novo estádio para 80000 adeptos, destinado a receber a final da Liga dos Campeões de 2011, que, até hoje, não viu a luz do dia, tendo o projecto sido reformulado no pretérito ano. Poderá dizer tratar-se do maior elefante branco da cidade.
Este projecto seria o grande símbolo da megalomania do antigo presidente que, para além das obras, fez contratações avultadas como Manuel Fernandes ou Ever Banega, num total de 550 milhões de euros, ainda tendo tempo para arranjar um atirador profissional para eliminar o seu concorrente à eleições, Vicente Soriano, de modo a não ter concorrência.
Este seria eleito presidente, mas sem capacidade para resolver os problemas do clube, entrando Manuel Llorente que, também sendo incapaz de resolver os problemas, recorreria a um estranho ao clube: Peter Lim. Tratava-se de um desconhecido, natural de Singapura e que fez fortuna na bolsa de valores. Lim adquiria o clube Che através da sua empresa, sediada em Hong Kong, por 100 milhões de euros. Todos esperavam que fosse o salvador da pátria!
Contudo, tal seria um engano. Lim, em nove anos de liderança, demonstraria olhar para o clube como um objecto, tendo durante este período nomeado 11 treinadores! Chegou ao ponto de nomear Gary Neville, antiga lenda do Manchester United e seu sócio em projectos em Inglaterra, e que, para além de não ser capaz de aprender a falar espanhol, conseguiu obter resultados memoráveis como a derrota por sete bolas a zero em Barcelona.
Outro ponto surreal da gestão de Lim, que este ano ainda não apareceu no Mestalla a assistir a um jogo, sucedeu em 2019, quando, alegadamente, despediu o treinador Marcelino…por ter vencido a Copa do Rey, segundo o treinador. Com ele, partiria o director desportivo, Mateu Alemany, por discordar da política desportiva e de aquisições preconizada por Lim.
Tal levou a que os valencianistas passassem a questionar o que realmente o dono do clube pretendia para este. Passassem a pressioná-lo para vendê-lo, algo que este não pretende fazer, mesmo que o emblema onde actua o português André Almeida possa ser despromovida. Caso tal suceda, as receitas cairão para níveis que impossibilitará a manutenção dos actuais jogadores do plantel, tornando o futuro sombrio, mesmo correndo o risco de não poder inscrever jogadores!
O futuro é sombrio para os homens do Mestalla…