O passado fim de semana no futebol brasileiro foi tumultuoso e violento, tornando os estádios em verdadeiros campos de batalha. Na televisão surgiram imagens que ninguém gosta de ver, como adeptos a invadirem o campo, mulheres agredidas, crianças aterrorizadas a fugirem ao colo dos pais, jogos que nem sequer chegaram ao apito final.
Comecemos com a Série B, o segundo escalão do país. Apesar de ser a liga secundária, há muitas equipas em campo com pergaminhos e com ambições. Tal como o Sport Recife e Vasco da Gama, que encontraram-se num confronto directo que poderia ser importante para a promoção à Série A. Aos 49 minutos, quando Raneil (Vasco) marcou uma grande penalidade que igualou o jogo a um, ele e os seus companheiros resolveram celebrar à frente dos adeptos adversários, realizando gestos de provocatórios. Seguiu-se a fúria de quem estava na bancada., gerando uma invasão de campo acompanhada pelo arremesso de pedras e outros objectos.
Até dois bombeiros seriam atacados, com uma bombeira a lamentar-se por ter sido agredida. “Senti dor na minha perna, mas havia demasiado trabalho a fazer: pessoas feridas para levar para a ambulância, outras para ajudar.”
Toda a equipa do Vasco da Gama correu para o balneário, recusando-se a jogar. Haveria ainda alguns minutos de tempo adicional para cumprir, mas após 56 minutos de espera, o árbitro decidiu não continuar com o jogo. Os homens da casa protestaram, alegando que o resultado se adequava ao clube carioca.
Os responsáveis pelo Vasco da Gama, contudo, relataram que tinham sido atacados e só após duas horas é que a equipa conseguiu chegar ao hotel.
Na Série A a partida entre o Ceará e o Cuiabá, também gerou acesa polémica.
Desta vez, o confronto era importante para a manutenção. Após o golo do Cuiabá marcado por Deyverson aos 37 minutos do segundo tempo, eclodiu uma rixa entre os adeptos do Ceará, a equipa da casa. Enquanto reinava a confusão nas bancadas, com pessoas a socarem-se umas às outras e a atirarem cadeiras, em campo a equipa da casa empatou (golo de Jo), nos minutos finais.
Mas a celebração foi cancelada pelos acontecimentos: para escapar à rixa muitas pessoas escaparam para o campo, entre elas muitas mulheres e crianças. Mas os demais adeptos não pararam, entrando no recinto de jogo, onde começaram a perseguir os jogadores do Ceará, que se refugiaram no balneário. Mais uma vez o árbitro decidiu que não havia condições para terminar a partida. A palavra final caberá à justiça desportiva…
O lado negro do futebol!