O West Ham é um clube com vários adeptos famosos, desde da própria Rainha de Inglaterra até Barack Obama, passando por atores como Matt Damon e Keira Knightley. Alfred Hitchcock (1899-1980), talvez o mais estudado e analisado cineasta de todos os tempos, foi em vida outro adepto ilustre dos Hammers.
Hitchcock nasceu na Londres vitoriana, a poucos quilómetros daquele que seria o estádio do West Ham (o clube começou a usar o Boleyn Ground em 1904), e foi na capital inglesa onde começou a sua carreira e se tornou o mais famoso realizador britânico da sua época. Viveu em terras de Sua Majestade até se mudar para Hollywood em 1939, local onde cimentou o seu estilo de fazer cinema, deixando vários filmes icónicos ao longo das décadas e transformando-se pelo caminho numa das mais reconhecidas figuras da Sétima Arte.
Mas mesmo longe não deixou de apoiar o seu clube do coração, e numa altura em que não havia o acesso à informação que há hoje em dia, ele pedia que lhe enviassem jornais ingleses com regularidade para Los Angeles para poder estar a par dos resultados e do que se passava com o West Ham.
Hitchcock também esteve no Estádio do Prater em Viena quando o Inter de Helenio Herrera ganhou a sua primeira Taça dos Campeões, após derrotar o Real Madrid por 3-1 na final da competição. Massimo Moratti, filho do magnata do petróleo Angelo Moratti, que na altura era dono do clube de Milão, disse mais tarde:
“Fomos para o estádio com bastante antecedência e nas arquibancadas encontramos uma surpresa: Alfred Hitchcock. Quando o vi, logo abaixo de nós e ele nos cumprimentou, não sei porquê, mas interpretei aquele encontro inesperado como um sinal de que ia correr bem”.
Uma curiosa asserção de Moratti, tendo em conta que a obra de Hitchcock muitas vezes explorava o pior da natureza humana.
A verdade é que mediatismo não faltou a Alfred Hitchcock, aliás, poucas personalidades se souberam promover tão bem como ele, mas esta é sem dúvida uma faceta menos conhecida do mestre do suspense: a de adepto de futebol.