O caso do Barcelona alertou-nos. As regras de fair-play financeiro preconizadas pela Liga espanhola estão a ser um verdadeiro quebra-cabeças para os clubes, que passaram a ter inúmeras dificuldades para realizar contratações, atento o limite salarial imposto.
Assim, das mais de 80 contratações do presente defesa, a sete dias do início de La Liga, que foi hoje, 60% não se encontravam inscritas por problemas em respeitar estas normas. Tal deve-se aos salários que têm de ser pagos, devendo incluir-se neste rol as renovações em que os atletas viram as suas condições salariais melhoradas.
Refira-se que o limite salarial permitido passou de 2277 milhões de euros para 2046 milhões de euros, tal devendo-se a factores como a redução de espectadores nos estádios bem como a pandemia, sendo que enquanto os emblemas espanhóis não melhorarem as suas receitas não poderão aumentar os seus tectos salariais para competir com os rivais de outros países.
A título de exemplo, os clubes da Premier League recebem mais do dobro que os de “nuestros hermanos” no que tange a direitos televisivos, sendo as assistências em Inglaterra, Itália e Alemanha muito superiores que no país vizinho.
Além disso, à excepção do Barcelona que gastou 153 milhões de euros em aquisições, mais nenhum clube em Espanha atingiu os 100 milhões de euros. O Real gastou 80, a Real Sociedad 31,5, o Atlético 26,5, o Bétis 18 e o recém-promovido Almeria ficou-se pelos 17,5. A título de exemplo, diga-se que 10 equipas da Premier League ultrapassaram a referida centena de milhões de euros, sendo que 12 ultrapassaram os 50 milhões e 18 os 10 milhões. Um caso assombroso, sendo o Nottingham Forest o melhor exemplo. Recém promovido à principal Liga de Inglaterra, gastou 94,5 milhões de euros, mais 14,5 do que o actual campeão europeu!
Outro exemplo: o Norwich ou o Hull, ambos a militar no Championship investiram mais do que o Sevilha, um clube que luta em Espanha pela Liga dos Campeões. Dá que pensar….