Sempre que se aproxima a chegada de um Mundial, gero muitas e enormes expectativas em torno das habituais surpresas, com as quais habitualmente somos presenteados em torneios desta magnitude.
Desde uma seleção mais periférica que se apresente com um futebol atrativo, jogadores que nos façam levantar da cadeira com as suas fintas, novas regras que são testadas na evolução do jogo, adeptos entusiasmantes, enfim, tudo o que nos cativa e mantém a chama futebolística acesa.
Contrariamente aos demais campeonatos do mundo, este desde o momento da sua “escolha”, imbuiu-me de desilusão, descontentamento, e de todas aquelas emoções menos boas que me recuso a ver no futebol.
O desporto e no caso o futebol, é um fenómeno natural, livre, expressivo, que une povos e pessoas, países e civilizações, junta, agrega e reúne amigos em torno de algo inexplicável, que nos traz emoções únicas, nos liberta e comtempla, nos abraça e faz sonhar.
Este torneio respira de limitações, tudo é demasiado forçado, demasiado proibido, demasiado artificial, demasiado contranatura.
Procuro refúgio na essência do jogo, na união das seleções, na magia dos seus intervenientes, na fantasia dos seus adeptos.
Tento abstrair-me de todos os malefícios do mundial das arábias, procuro compreender que as seleções, os jogadores e os seus adeptos, não podem pagar a fatura do sistema, da mesma forma que acredito, e temos constatado que os próprios jogadores mantem lutas emocionais de diversa ordem, mantendo a coragem e respeito pelas suas nações e compatriotas, com luta, raça e bravura demonstrada dentro das quatro linhas.
Eventualmente exijo em demasia, contudo até ao momento ainda não me “levantei da cadeira”. Espero que tal aconteça com a confirmação do rendimento elevado e regular de uma seleção surpresa, da afirmação de determinado jogador, ou quiçá, com a elevação do troféu pelas mãos do capitão da seleção portuguesa!
O Mundial ainda agora começou, já tanto se passou, e muito mais estará por vir!