Para quem gosta de futebol, as emoções estarão ao rubro no próximo mês.
Será o momento em que todos viverão as emoções de um Campeonato Mundial, ainda que polémico, com situações a merecerem a nossa mais profunda repulsa e que nunca deveria ser disputado no local onde vai decorrer.
Porém, falando só de futebol, perguntamo-nos que memória irá ficar, que naco de história será escrito?
Ora, em 1930 tivemos o primeiro triunfo na primeira edição da selecção da casa, o Uruguai.
Em 1934 lembramos a afirmação do fascismo italiano, graças à squadra azzurra e Meazza… um genial jogador!
O ano de 1938 foi o tempo do segundo título italiano, em França! Onde, para além do Brasil ter apresentado o Diamante Negro, Leônidas, a equipa transalpina triunfaria, depois de nos quartos de final da prova ter batido a França…com milhares de lutadores nacionais contra o regime político a apoiarem a equipa adversária da sua pátria.
Em 1950, tivemos o Maracanazo… aquele título que parecia destinado ao Brasil, mas em que Ghigghia foi capaz de calar 200 mil pessoas.
Em 1954 tivemos a primeira vencedora moral da história. A Hungria que, com Puskas e uma geração inacreditável de jogadores perderia para uma Alemanha que, se existissem apostas, dinamitaria a banca.
1958 foi o ano da erupção de Pelé…violenta, estrondosa, inesquecível e o primeiro título mundial para a canarinha.
Em 1962 no Chile, com o já Rei lesionado, seria Garrincha, o Anjo das Pernas Tortas, a levar o escrete ao segundo título.
Na prova seguinte, em 1966, em Inglaterra, seria o ano dos Magriços e de Eusébio… que roçaram o título mundial, não fosse o proteccionismo à equipa da casa.
O campeonato de 1970, no México, seria a consagração definitiva do Rei. Num Brasil mágico, o tri e a conquista em definitivo da Taça Jules Rimet ficariam para a eternidade.
Em 1974, seriam Cruyff e a Laranja Mecânica a ditarem leis…como a Hungria, 20 anos antes, seria apenas vencedora moral, enquanto para a história ficaria a vitória germânica.
Na competição de 1978, na Argentina, a equipa da casa venceria para alegria do regime ditatorial da Junta Militar. Mas o que dizer dos papelitos que invadiram o estádio e aquela bola ao poste no último minuto do tempo regulamentar da final que poderia ter mudado o curso da história?
Em 1982, em Espanha, o pragmatismo levaria a melhor sobre a fantasia… a Itália, ainda que dotada de fantásticos jogadores, surpreenderia o mundo ao bater o Brasil, no Sarriá, e a caminhar imparável para o triunfo final.
No campeonato seguinte, em 1986, novamente no México, seria o triunfo de um homem só. Maradona, de seu nome! E de Saltillo, que jamais saiu da memória dos portugueses.
Voltando à Europa em 1990, em Itália, com Maradona a tentar sozinho fazer o (im)possível, seria a RFA, a dias de se unificar, a vencedora no mundial mais táctico da história.
O ano de 1994 levou o soccer a terras do Tio Sam. O Brasil europeizado, a jogar com dois médios defensivos, seria capaz de homenagear Ayrton Senna, falecido nesse ano, batendo a Itália na final mais enfadonha da história… e a bola de Baggio ainda andará perdida no espaço sideral.
Na competição seguinte, em 1998, seria o ano da coroação francesa, a jogar em casa. Mas como esquecer Ronaldo que era a maior estrela mundial, mas colapsou na final, temendo-se mesmo pela sua vida? Seria, todavia, Zidane a ser levado em ombros.
A prova seguinte, em 2002, na Coreia do Sul, seria a da redenção de Ronaldo que, ainda vivendo um calvário de lesões, seria a estrela maior do escrete de Scolari. Mas, também, relembramos a derrocada portuguesa e o soco mais famoso da história do nosso futebol.
Em 2006, na Alemanha, para além da redenção portuguesa, a Itália venceria a França na final, naquele jogo que será sempre lembrado pela cabeçada de Zidane. Que modo infeliz para findar uma carreira fantástica…
Quatro anos depois, com o futebol a visitar África, seria a selecção espanhola a entrar na história. No seu primeiro título, com o golo de Iniesta entraria na eternidade…
2014, novamente no Brasil, seria o ano da selecção alemã capaz de, nas meias finais, “varrer” a selecção brasileira por inacreditáveis sete bolas a uma. Um resultado que jamais será apagado da história do futebol…
Por fim, em 2018, na Rússia, no campeonato que todos esperavam que fosse de Ronaldo (o nosso!), faria a selecção gaulesa voltar a sorrir, batendo na final a surpreendente Croácia, de um genial Luka Modric, que em menino crescera a aprender a jogar futebol num campo de refugiados.
E, o que sucederá em 2022?