Endrick é a nova pérola do futebol brasileiro.
Com 16 anos, ainda a actuar no Palmeiras de Abel, tem já contrato com o Real Madrid, para o qual deverá mudar-se quando atingir a maioridade.
Numa entrevista à revista GQ Brasil, abre o coração, fazendo-nos reflectir no modo como enquadramos e lidamos com jovens jogadores, ainda que com potencial para atingirem o estrelato.
Começa logo pelo título, que nos faz pensar o modo como olhamos para os jogadores de futebol: “Ninguém deve ter pena de mim ou dar-me palmadinhas na cabeça”.
Continua nas suas palavras, no corpo do artigo: ” – Por vezes pergunto-me: porque é que tantos meios de comunicação me puseram na ribalta? Eu não pedi isto. Há situações que ultrapassam a linha. Ah, ele é o novo Pelé. Meu, ninguém vai ser Pelé, ele é o rei do futebol. Mas agora não há nada a fazer, não posso pedir às pessoas que não falem da minha vida”, lamentando o interesse mediático que está a fazer com que não tenha paz sequer para jogar futebol.
“Sempre disse que gostaria de ter todos os brasileiros perto de mim, mas compreendo cada vez mais que isto não é possível e haverá sempre pessoas para me atacar”, concluiu o adolescente, que nem idade tem para tirar carta de condução.
Reconheceu, ainda, que “antes estava ciente do que as pessoas diziam sobre mim, mas não hoje”, esclarecendo que “gosto dos vídeos no TikTok, mas quando há algo sobre mim, passo rapidamente”.
Sobre a sua situação no Palmeiras, após ter recentemente conseguido marcar o seu primeiro golo do ano após 13 jogos, Endrick disse que “preciso de continuar a trabalhar, que é o que Abel Ferreira me pede para fazer. Eu sou o mesmo adulto que o resto dos meus companheiros de equipa. Ninguém deve sentir pena de mim ou dar-me palmadinhas na cabeça”.
Desde a sua estreia na equipa principal, o jovem talento de Taguatinga tem quatro golos e uma assistência em 20 jogos, tendo sido titular em 12.
Dá que pensar…